domingo, 22 de janeiro de 2012

Nossa fábrica parou?


Não é a toa que dizem que Pelé é mais conhecido no mundo do que Jesus Cristo, a seleção com maior número de títulos mundiais da história representa a nação onde melhor se pratica esse esporte. Em matéria de futebol nós subvertemos as frases de efeito e podemos bater no peito e dizer “Nós ensinamos padre a rezar missa!”. Quem inventou foram os ingleses, mas o selo de qualidade verde e amarelo vale mais em qualquer recanto desse mundo.

Nada que foi exposto acima é novidade, no entanto, um tema que está sendo debatido recentemente é a crise de nosso futebol. A dúvida é se nossa fábrica parou ou se está apenas passando por uma fase de “manutenção”. Mais ou menos de 2006 pra cá o que se observa é uma total aridez no que diz respeito a surgimento de atletas de alto nível no Brasil, e os sintomas disso podem ser verificados em 3 pontos básicos: 1º Desempenho pífio da seleção; 2º “Invasão” de gringos em nossos clubes; 3º Inflação no mercado nacional.

Sobre a seleção, basta ver o que um dos melhores técnicos do Brasil está conseguindo fazer com ela, uma das piores campanhas da história. A escassez de novidades, atrelada ao aumento do poderio econômico dos clubes, está provocando um verdadeiro boom nos preços dos atletas. No momento, ser bom significa um salário de no mínimo 300 mil mensais. Quem acompanha o noticiário esportivo está presenciando com certeza a maior onda inflacionária da história de nosso mercado futebolístico. É um ótimo campo de estudo para economistas. Outro efeito do processo é a “invasão” de gringos, nunca se viu tantos estrangeiros em nosso país. Os clubes pressionados por suas torcidas para montarem elencos competitivos, acabam recorrendo a atletas principalmente da Argentina, Chile e Uruguai. Em meio a esse processo, os valores estão tomando dimensões tais, que a palavra “Caro” praticamente está em vias de extinção. Hoje o que importa é conseguir comprar, e a austeridade financeira dos clubes foi para as cucuias, até mesmo o comedido e requerido São Paulo está precisando abrir os cofres para contratar.

Ao ler o parágrafo anterior o leitor pode estar pensando em exagero de minha parte, que a crise não é tão “braba” assim. Vamos observar alguns fatos para mostrar que o momento é sim preocupante. Geralmente um time quando ganha um título de expressão apresenta um nome central, o destaque da competição. Na década de 80 Zico protagonizou as conquistas do Flamengo, Roberto Dinamite as do Vasco, Rivelino a do Flu. Mais recentemente, Robinho e Diego no Santos, Alex no Cruzeiro, Edmundo no Vasco, Kleberson no Atlético-PR, e por ai vai. No entanto, pegando os últimos 4 campeonatos brasileiros, veremos que não houve destaque nacional nos clubes campeões.

2008 – São Paulo Campeão – Desataque: Nenhum
2009 – Flamengo Campeão – Destaque: Petkovic (Gringo)
2010 – Fluminense Campeão – Destaque: Conca (Gringo)
2011 – Corinthians Campeão – Destaque: A Bola

Na Libertadores o cenário não se modifica muito, os 2 últimos campeões foram Inter e Santos, o clube da Vila ainda teve Neymar como destaque, um gato pingado frente à seca que assola nossa terrinha, o Inter ganhou a competição em 2010 com um time que se pode chamar de operário, outro que esteve longe de encher os olhos.

Só espero que a chuva volte a molhar nossa terra fértil, essas novelas sem protagonistas, ou com “galãs” pirateados, está me dando náuseas. Precisamos colocar essa fábrica pra trabalhar a todo vapor, e por os coadjuvantes natos em seus devidos lugares nas prateleiras.

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Um comentário:

  1. Really;
    O futebol brasileiro tem que aprender mais com o Barcelona. (ou o Atlético - PR do meu PS 2).

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