sexta-feira, 9 de março de 2012
Vida profissional e a falsa racionalidade
Quando somos crianças pensamos: “O que vou ser quando crescer?” Lembro que eu já quis ser um monte de coisas, principalmente jogador de futebol. Quando vamos crescendo, paulatinamente vamos perdendo um pouco dessa magia e entrando na vida racional, administrada, na qual passamos a ponderar as conseqüências práticas de nossas escolhas, que normalmente estão relacionada a dinheiro.
Nossos pais nos ensinam que dinheiro não é tudo, mas experimenta dizer que seu sonho é ser ator. Essa busca em ter uma vida confortável e alto poder de consumo está entranhada de tal forma em nossa sociedade, que basta ver as concorrências dos vestibulares para se ter tal noção. Medicina é top, sempre batendo 80, 90 por vaga a concorrência, quanta gente cheia de “vontade” em ser médico heim! Direito, odontologia, Eng. Civil, sempre cursos bastante requisitados, enquanto aqueles com menores oportunidades de enriquecer vão ficando de lado. A conseqüência disso são profissionais mal humorados, estressados, ou que cometem erros grotescos em suas funções. Penso que essas pessoas não ponderam muito bem suas escolhas, é uma espécie de contradição, querem se tornar mais racionais, mas essa racionalidade é um mito, porque se restringe ao campo econômico.
De que serve dinheiro se não poder trocá-lo por bem estar? Se dinheiro é igual a bem estar, porque as pessoas trocam bem estar por dinheiro? Que loucura não? Tudo que o sujeito faz na vida é buscando aumentar seu nível de prazer, seja através do sexo, comendo, amando, bebendo, trabalhando, etc. Se o indivíduo trabalha em algo que não gosta por conta da grana, ele está trocando bem estar por bem estar.
Outra coisa complicada de entender são as pessoas que vivem para o trabalho, pegando jornadas imensas ou assumindo mais de um emprego, tudo em nome de um futuro financeiro confortável. Trocando em miúdos, garantir uma boa velhice. O fato é que antes uma boa juventude do que uma boa velhice, velho não pode comer o que quer, não faz sexo, tem pouca disposição, etc, então pra que porra serve uma velhice com o rabo cheio de dinheiro?
É muito mais racional fazer o que gosta e tentar ganhar dinheiro com isso, você pode não conseguir unir as duas coisas, mas na pior das hipóteses terá pelo menos uma delas. Então segundo a lógica, é irracional trabalhar naquilo que não gosta só pelo dinheiro, e também nem um pingo racional guardar dinheiro em troca da perda de seu lazer. A sociedade capitalista tem essa ilusão da razão, as pessoas agem achando serem mais racionais, quando na verdade saem de um mundo mágico para entrarem em outro, o ser dá lugar ao ter, mas não deixa de ser magia, fetiche.
".... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido." (Dalai Lama)
"Feliz foi o homem que morreu com a conta bancária zerada!" (Rafael Almeida)
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