Atentado terrorista volta a
acontecer e a turma defensora dos oprimidos (ou supostamente oprimidos) já está
tentando justificar o injustificável. Como a discussão precisa ser profunda, irei
direto aos pontos centrais para ser breve.
Os antropólogos vão querer
me matar, mas essa historinha de que eu não posso julgar a cultura do outro é
uma coisa absurda. A partir da antropologia estruturalista, passou a ser quase
proibido julgar a cultura alheia, mas não percebem que nós fazemos isso a todo
instante.
Quais são as fronteiras da
cultura? Como eu posso afirmar: “Essa é minha cultura, aquela é sua cultura”?
Isso é absolutamente arbitrário!! No limite, uma família é uma cultura
diferente. É engraçado a turma “progressista” achar errado satirizar a religião
alheia. É a mesma turma que chama um evangélico de alienado; que faz piada com
padre pedófilo; que faz piada com pastor ladrão; etc. Uma pessoa que nasceu e
se criou dentro do protestantismo faz parte da mesma cultura daquele que nasceu
e se criou dentro do candomblé? Sim e não ao mesmo tempo, simplesmente porque
não existem fronteiras claras que separam as culturas. Através de uma
determinada “lente”, eu posso afirmar que eu e um japonês fazemos parte da
mesma cultura. Japonês consome, poupa, investe, acumula capital, vende sua
força de trabalho para um capitalista, escuta rock and roll e joga vídeo-game.
Mas ao mesmo tempo, o ele faz tudo isso de uma maneira diferente da minha, e é
exatamente por isso que o japonês é diferente do brasileiro, mas também é igual.
Essa é a abordagem dialética.
A turma “progressista” tem
moral seletiva. Acha bacana e cult quando o canal Porta dos Fundos esculhamba o
cristianismo quase toda semana, de maneira claramente implicante, mas acha
absurdo alguém esculhambar o islamismo. Crente é a desgraça do mundo porque
cria leis conservadoras através da bancada religiosa no congresso, mas não se
pode dar um piu a respeito da opressão violenta que a mulher sofre em países
islâmicos. O argumento é sempre aquela cartada clichê: “Não posso julgar outra
cultura”. Como se o crente fizesse parte da mesma cultura dele. O “progressista”
que quer criar uma lei que impede os pastores de emitir certas opiniões dentro
do seu templo, é o mesmo que acha compreensível um ato de terrorismo em nome da
fé. Ingenuidade mesmo ou moral seletiva?
É preciso acabar com essa
concepção errônea de que a cultura é dividida geograficamente. Em um mesmo
espaço convivem culturas diferentes. Se você acha que tem o direito de dizer
que um evangélico passou por uma lavagem cerebral, mas não tem o direito de
dizer o mesmo de um muçulmano, dá Ctrl + Alt + Del no seu cérebro, ele está
precisando.
“Todo mundo” gosta de
julgar, de apontar, de criticar os outros, mas alguns querem pagar de bacanas,
se fazendo de relativistas em momentos oportunos (e quando o c*** não está na
reta, claro).
Outro argumento que está
sendo utilizado é de que o muçulmano é discriminado na Europa. Mas o direcionamento do atentado está bastante claro. O motivo é de cunho religioso.
Em suma, no caso do
atentado, os errados da história foram os assassinos e ponto final. Foi algo
absolutamente desproporcional sob qualquer ponto de vista coerente. Não há
justificativa, não há espaço para textinhos pseudoinletectuais.
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