domingo, 1 de maio de 2011

Inglês ... a língua musical!


Inglês é uma língua mais musical que o português!!!

“Você é um americanizado, alienado da Globo!” (pseudo-intelectual sobre a afirmação)

Para muitos fazer uma afirmação desse tipo realmente seria fruto de uma alienação à cultura norte-americana, mas quero mostrar que não tem nada a ver.

Inglês é uma língua extremamente musical, e mais musical que o português, isso devido a questões fonéticas. Vamos à questão!

O principal fator que leva a esse raciocínio é a divisão silábica da língua inglesa, sendo que a quantidade de monossílabas é muito maior do que no português, além disso, no geral a quantidade de sílabas menor. Abaixo estão alguns exemplos para efeito de ilustração:

Monossílabas:

beer / cer-ve-ja
book / li-vro
car / car-ro
dream / so-nho
house / ca-sa
milk / lei-te
speak / fa-lar
trip / vi-a-gem
white / bran-co

Outras:

gram-mar / gra-má-ti-ca
mo-dern / mo-der-no
na-ture / na-tu-re-za
te-le-phone / te-le-fo-ne
com-pu-ter / com-pu-ta-dor
air-plane / a-vi-ão
psy-cho-lo-gy / psi-co-lo-gi-a

Em frases esse fenômeno tende a ficar mais evidente:

Let's-work (2 sílabas) / Va-mos-tra-ba-lhar (5 sílabas)
I-like-be-er (4 sílabas) / Eu-gos-to-de-cer-ve-ja (7 sílabas)
How-old-are you? (4 sílabas) / Quan-tos-a-nos-vo-cê-tem? (7 sílabas)
Did-you-watch-that-mo-vie? (6 sílabas) / Vo-cê-as-sis-tiu-à-que-le-fil-me? (10 sílabas)

Nesse sentido, não há dúvidas de que é muito mais fácil encaixar uma frase em inglês em uma melodia, do que encaixar uma frase em português. Não somente pelo tamanho das palavras, mas também pela articulação das mesmas, que pela estrutura contém um menor número de pausas na pronúncia.

Outra questão são as possibilidades de contrações. A língua inglesa abre uma infinidade de possibilidades desse tipo, de modo que ao compor o indivíduo tem certa liberdade em escolher o tamanho da frase que ele quer. Ex:

I have / I’ve
I Will / I’ll
I am / I’m
We are / We’re
I would / I’d

Sendo assim, se a frase ficar grande e não encaixar na melodia, pode-se tentar reduzir ela se existirem possibilidades de contrações, e isso sem mudar em nada a leitura da frase.

A língua inglesa então apresenta uma “plasticidade” grande, bem maior em relação ao português, algo que a torna uma língua mais musical. Em relação a outras línguas como Japonês e Francês eu não saberia dizer com precisão, mas acredito que é difícil uma língua ser mais musical que o inglês. Isso pode desagradar alguns bairristas fanáticos, mas estou tratando de termos técnicos, e não de questões culturais.

Os exemplos foram retirados do seguinte site: http://www.sk.com.br/sk-pron.html

É isso, se leu clique em uma das reações ou comente!

11 comentários:

  1. Exatamente. Me segurei muito para escrever em inglês no meu blog, e escrevi apenas um texto, que é muito mais sonoro e ritmado que os outros 2 anos e meio de textos. O inglês soa melhor do que o português.
    Você disse no final de falar de termos técnicos e não culturais e me trás algo engraçado. As pessoas tendem a tratar língua como algo cultural e imutável, e que a convergência dela para algo mais simples e unitário como "americanização" de forma a perder tal cultura.
    É engraçado porque língua nada mais é que uma forma de comunicação, e ela muda todo dia. Ninguém por aí fala fotografia ao falar de uma foto, e não fala de pneumático ao invés de pneu. Língua é algo que serve para comunicar, ela marca a identidade de um povo, mas não modificá-la também marca a ignorância e intolerância dele. Tal como fazem os franceses, com a irritante mania de "enfrancesar" tudo, inclusive nomes, o que é um sacrilégio em qualquer língua. Eles provavelmente me chamariam de IgÔr, com entonação no Or, mas se eu chamar o Monet (pronunciado Monê) de Monét, iriam rir da minha cara, principalmente por eu ser estudante de artes. Dois pesos, duas medidas? Até que ponto isso prende as pessoas no passado e impede elas de seguir em frente? Pra mim tentar manter a língua como ela é originalmente é o mesmo que tentar salvar as espécies em extinção. É uma questão de tempo para superlotação (preparado para ser crucificado por pseudo-intelectuais verdes).

    Deu pra ver que eu gostei do texto né? Parabéns!

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  2. É verdade meu caro!
    Isso só prova que para compor em português a pessoa tem que ser muito boa mesmo!
    Na minha opinião isso meio que vangloriza nossa língua! E nossos artistas (não todos)

    José Thiago

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  3. Chakal .... vc tem acompanhado os textos aqui no blog, mas não sei quem é vc ... rsrsrs. Vc mora onde? Faz o que da vida?

    E Thiago .... o fato de ser mais dificil compor em português só pode valorizar o compositor, mas ñ a língua em si.

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  4. HUm esse texto explica tudooOO agora entendo pq canto tao bem em Ingles ....

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  5. Phoris, eu faço Artes Visuais na USP e sou desenhista freelancer, sou de Minas mas moro em SP. Peguei o link do seu blog na comunidade do Orkut da USP, não lembro o propósito de terem postado ele lá, mas achei interessante continuar lendo e aqui estou. haha

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  6. rsrsr ... valew cara! Eu formei em Economia e faço mestrado em ciências sociais aqui na Bahia.
    Ah ... se quiser me ajudar a divulgar o blog, clica no final da postagem no ícone pra compartilhar no orkut, tem compartilhar no twitter tb se vc tiver um.

    Abç

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  7. Adorei Phoris.
    Gostei de todos que li hoje :]

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  8. Bom, alguém tem que discordar do Phóris, né? Então lá vai: Antes de mais nada, há um fator que não foi dado a importância que o mesmo tem no fazer musical: O fato de que o léxico da Língua Inglesa é basicamente oxítono, enquanto no nosso idioma é, na sua maioria, paroxítono, o que faz com que o idioma Bretão termine a maioria das suas orações em sílabas tônicas, algo que (perdoem o trocadilho) facilita sua insersão na tônica da canção. Contudo, apesar de isto fazer uma diferênça enorme nos estilos vindos daquelas terras, faz pouca diferença quando citamos ritmos nascidos ou readaptados à Língua Lusitana como o fado, a própria bossa nova, o sertanejo (falo do dito "sertanejo de raíz", penso não haver outro sertanejo) dentre outros. Portanto, Vemos claramente a dificuldade dos "artistas" brasileiros em se adaptar a estilos como o Rock'n'roll, o Heavy Metal, o Blues, o Punk e outros estilos desenvolvidos pela Língua Inglesa, ao passo que outros artistas inseridos em outros contextos fazem maravilhas com o idioma português não só na música, mas na poesia (onde há uma musicalidade latente) e mesmo na prosa.
    Outro fator, o comprimento das palavras e/ou orações não se aplica, pois, assim como a Língua Inglesa, a Portuguesa também é dotada de muitos monossílabos (bem menos, claro) e abreviações próprias da língua falada e, consecutivamente, de uma infinita variedade de frases significantes e bem curtas, o que, obviamente, poderia ser (e é) usado em produções artísticas diversas.
    Vale destacar que o valor dado à música Brasileira fora do nosso país é creditado, na maioria das vezes, à sonoridade característica do nosso idioma e a musicalidade extraída de cada fonêma pelos nossos aclamados mestres.
    Não poderia, contudo, deixar de parabenizar o meu amigo Phóris pela iniciativa de divulgar suas idéias que, mesmo quando não estamos em pleno acordo, nos fazem pensar e repensar temas que de outra forma ficariam inertes nas nossas mentes não menos inertes.

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