domingo, 21 de julho de 2013

Dissecando os padrões de beleza

Tenho observado que as feministas entraram numa esquizofrenia aguda de querer extinguir qualquer padrão de beleza. Minha ficha caiu nesse aspecto depois da polêmica foto da menina que circulou no facebook, em que as pessoas ridicularizaram a coitada por ter uma sobrancelha feia. Sim, a sobrancelha era feia mesmo. Isso não induz ao raciocínio (nas mentes doentias sim) de que eu concordo com o que fizeram com ela. Foi criminosa a atitude de expor ao ridículo uma menina de 11 anos. Mas não podemos usar esse caso para dizer que trata-se de machismo. Chamar isso de machismo é o mesmo que ver um sujeito roubando um relógio e chamá-lo de assassino.

Só existe o bonito porque existe o feio, portanto, só podemos “classificar” algo como bonito se tivermos em nossa mente uma referência do que é feio. Os padrões de beleza não são resultado de uma conspiração midiática promovida por uma elite europeia, aceite isso no seu coração irmão(ã). É surreal achar que um grupo de pessoas um belo dia se reuniu e decidiu qual padrão de beleza seria colocado na mídia para fins de dominação cultural.

Não gosto de fazer isso nessa página, mas nesse caso não tem jeito, vou ter que usar a ciência. Os padrões de beleza são o resultado da exteriorização de impulsos individuais, que atuam de forma retroativa com a absorção das estruturas culturais externas ao indivíduo. Ou seja, é um movimento de ida e volta, no qual os indivíduos influenciam o meio, ao tempo em que são influenciados por ele. O que quero dizer com toda essa “punhetagem”? Quero dizer que o indivíduo é constituído e constituinte da realidade, é ativo e passivo ao mesmo tempo. Portanto, a ideia de conspiração não cabe.

Os padrões de beleza são influenciados pela mídia e por nossa cultura (incluindo aspectos perversos, como racismo), mas são também resultado das pulsões individuais de cada um. Nesse sentido, é arbitrário afirmar: “Você gosta de mulheres assim porque a mídia lhe impôs isso”. Se fosse tão simples, não existiria um nicho de mercado na indústria pornográfica explorando a imagem da mulher gorda. A indústria percebeu que o número de homens que gostam de gordinhas é relevante e, está atendendo a esse público. Mas peraí... nosso gosto não era produto da mídia? Fica a provocação ... até que ponto o padrão “mulher magra” foi imposto?

O padrão de beleza é resultado da síntese das preferências mais comuns da população, que ao se configurarem como tal, passam a atuar de forma externa aos indivíduos (de fora para dentro). Portanto, o padrão de beleza pode ser flexibilizado, mas jamais extinto, como querem as feministas. A cultura não nasce do vento e se impõe sobre os indivíduos, ela nasce dos indivíduos e se impõe sobre eles próprios. Ainda que um dia se coloque uma gordinha como protagonista de Malhação sem haver perda de audiência, isso não representa extinção, mas sim mudança dos padrões. Ainda que a gordinha esteja lá, não será qualquer gordinha. Haverá um padrão de gordinha bonita, e esse padrão surgirá “naturalmente”. Ou seja, continuará havendo aquela parcela de pessoas fora dos padrões de beleza.

É claro que as relações de poder são diferenciadas. Longe de mim acreditar que o poder de influência é igualitário para todos os agentes sociais. Mas assim como as grandes gravadoras absorvem as pulsões sociais independentes (olha o caso do punk rock), a grande mídia também faz essa absorção em relação aos padrões de beleza. Não é por acaso que o padrão de mulher bonita no Brasil tem influência do fenótipo feminino africano. Ou vocês acham que mulher de ancas largas é uma característica da européia? 

Vamos acabar de vez com esse ideal lunático de exterminar com os padrões, como se isso fosse possível e, como se isso fosse importante. A mulherada adora homens altos, e isso é um padrão de beleza. Querer acabar com isso é querer suprimir a própria natureza humana.


OBS: A gordinha da foto do texto é uma modelo, praticamente uma militante da democratização estética no mundo da moda. Mas ela não é “qualquer” gordinha ... correto ... hehehe?

6 comentários:

  1. Anônimo ... quando vc quiser falar alguma coisa, esteja a vontade ...

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  2. Adorei o texto! O mesmo acontece quando digo que não gosto de sair por aí mostrando o meu corpo: sempre surge uma feminista radical para dizer "moça, você é machista". Ah, tah! E desde quando pra ser livre eu tenho que andar nua?

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  3. Lorena Corrêa, infelizmente é mais fácil conversar com Deus do que com uma feminista coerente .... todas que eu conheço são dogmáticas, e eu conheço muitas. E o pior, são dogmáticas e intolerantes.

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  4. Chakal já tá se tornando leitor Vip ... hehe

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