quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Prostituição do profissional acadêmico


Se prostituir em uma profissão oriunda da academia nada mais é do que simplificar ou reduzir 4 ou 5 anos de estudo a assuntos banais ou vulgares. Geralmente é um processo promovido pela mídia, sobretudo a mídia sensacionalista. As profissões mais banalizadas são: Economista e psicólogo.

A cada 15 dias o Fantástico faz uma reportagem sobre economia doméstica, eles tentam mudar a abordagem, chegando até a colocar os filhos da família para comandarem o processo, mas no fim é sempre aquele mesmo tema massante. Ai sempre no fim da reportagem eles pegam tipo um doutor em economia pela UNICAMP para ensinar à família como economizar nos gastos domésticos. O economista acaba aceitando porque ele quer aparecer na “Plin Plin”, e a produção do programa quer ele lá para dar um ar de cientificidade (quase não consegui digitar essa palavra) na matéria, então fica esse pacto de mediocridade. Realmente existem algumas dicas que são importantes para se economizar nas despesas domésticas, mas 90% da economia não existe necessidade alguma de um terceiro para dar palpite, muito menos de um economista gabaritado. Economizar é simples, o problema é que as pessoas não querem mudar de padrão de vida e esperam que alguém lhe ofereça uma fórmula mágica para economizarem sem ônus nenhum. Quer economizar? Substitua o Nescal pelo Mágico; substitua o OMO pelo Ala; largue de ser preguiçoso e vá comprar pão naquela padaria mais longe que o pão é mais barato; pare de dormir com a TV ligada (o sleep time serve pra isso), é assim que se economiza. Enfim, eu morro de vergonha alheia quando vejo um economista com a calculadora na mão em uma reportagem do Fantástico, tentando inventar algo de novo na economia doméstica. No fundo ele sabe que é uma babaquice, mas ....

Com o psicólogo a sacanagem é ainda maior. Acontece muito dos programas pegarem um caso bizarro, tipo o do goleiro Bruno, e perguntarem a um psicólogo: “O que leva uma pessoa a fazer o que ele fez?” Nesse momento o alarme da vergonha alheia berra! Eu sinto vontade de desligar a TV, mas meu lado sádico me faz continuar ... hehe. O psicólogo sem saber o que falar, diz o que qualquer pessoa leiga fala: “Ele não soube lidar com a fama e o dinheiro” (só que ele fala isso de forma mais rebuscada para parecer menos ridículo). Mas é obvio que ele vai dizer isso! Ele não conhece Bruno, não acompanhou Bruno, não sabe como foi a infância de Bruno, nunca se quer conversou com o cara, querem que ele diga o que? Mas se ele aceitou estar se sujeitando a isso, não pode reclamar.

Outra coisa bizarra é colocar os psicólogos naqueles programas sensacionalistas tipo “Casos de Família”, nesse caso os níveis de vergonha alheia alcançam o clímax, é a verdadeira prostituição do profissional. Eles colocam um tema tipo “Minha filha(o) não quer trabalhar, o que eu faço?” Ai lá está uns 5 casos, filhos(as) e mães relatando seus casos, e claro, um(a) psicólogo(a) para orientar. A vergonha alheia já começa por haver uma pessoa naquele ambiente tentando levar aquilo tudo a sério (é muito cômico), sem falar da forçação de barra que é o psicólogo dando um diagnóstico dos casos ali, na hora, sem ter acompanhado ninguém, sem conhecer ninguém, enfim, mas o mais bizarro é realmente ele tentando transformar toda aquela palhaçada em algo sério.

OBS: A foto procurei no Google Imagens, essa foto é do Blog da Adriana Esteves, por isso tá esse site abaixo da foto, eu não tive saco pra tirar ele no Paint.

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