sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Progresso ... esse termo existe?


Progresso, essa palavra tão conhecida, muito por “culpa” de nossa bandeira. Mas falando em termos gerais, será que o progresso existe? Será que a raça humana progrediu em algum momento da história? Faço essa reflexão inspirado principalmente em um texto de Marilena Chauí, intitulado “A Problemática do Conhecimento”, que li há muito tempo atrás, no meu primeiro semestre de graduação.
Quando se fala em avanços da medicina por exemplo, é comum se referir a progresso em relação a esse processo. É claro que a medicina avançou, mas essa medicina tradicional é alimentada pela lógica de produção capitalista, ou seja, os lucros são o principal “combustível” das pesquisas medicinais, a maior constatação disso é que as doenças raras geralmente ou não tem tratamento, ou tem tratamento extremamente limitado, isso é fruto da falta de pesquisas, que é fruto da falta de demanda para justificar tais pesquisas. Nesse sentido, medicina e capitalismo estão intrinsecamente ligados. Nesse aspecto, observa-se que na mesma proporção que a medicina/capitalismo/sociedade moderna resolveu alguns problemas referentes à saúde, criou outros. Várias doenças que não havia tratamento, hoje há. No entanto, doenças foram “criadas” também, o câncer de mama é uma doença moderna, provocada principalmente pela saída da mulher ao mercado de trabalho, fazendo com que a mesma reduzisse ou anulasse sua reprodução durante sua vida, sendo que a forma mais eficiente de se evitar essa doença é aumentar o tempo de amamentação durante a vida, ou seja, aumentar o número de gestações. A má alimentação e o crescente uso de medicamentos fez com que o índice de câncer aumentasse vertiginosamente no mundo todo. Outras doenças como o stress, depressão, obesidade, etc, também “surgiram” ou foram agravadas com a sociedade moderna. Nesse sentido, acho no mínimo complicado se falar em progresso da saúde em termos gerais.
Falando em bem estar de forma geral, olhando para regiões como o norte da Europa, pode-se verificar que houve um progresso muito grande, é evidente que o nível de bem estar social evoluiu nessas regiões se compararmos com 300 ou 400 anos atrás. Mas como ocorreu esse “progresso”? Foi um progresso ocorrido em detrimento do progresso de outras regiões, no caso, principalmente das colônias africanas, que por conta disso até hoje apresentam índices sociais terríveis. Então em termos gerais houve progresso?
Não dá para falar de todos os aspectos aqui, são diversos, mas se fomos observar cada aspecto, cada setor, veremos que existe progresso de um lado e regresso de outro. Nesse sentido, coloco essa provocação. Será que o mundo não passa uma matemática em que o resultado final é sempre zero? A raça humana evoluiu em algum momento na história? A sociedade evolui?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Curso introdutório de migué



ATENÇÂO: Essa postagem é proibida para menores de 16 anos e para Emos de qualquer idade.

Dar uma migué nada mais é do que a habilidade de convencer, embromar ou disfarçar. É de extrema importância na sociedade moderna, quem tem essa habilidade pode escapar de situações constrangedoras ou conseguir muitas coisas com pouco esforço.
No que se refere à técnica de convencimento, a migué usa como base a psicologia reversa. A psicologia reversa é um conceito complexo, pode ser aplicado de várias maneiras, umas das formas mais comuns é inverter o obvio, por exemplo: Se você chegou atrasado no trabalho porque e despertador não tocou, mas precisa de uma justificativa convincente pra dar ao chefe, você pode utilizar a psicologia reversa para convencer ele, pode dizer coisa do tipo: "Me atrasei porque houve um pequeno acidente no caminho, um cara atropelou um tamanduá que havia fugido de uma casa, deu a maior confusão porque a dona se revoltou com o cara que atropelou, demorou para liberar a pista". Seu patrão vai pensar: "Caralho ... ninguém inventaria uma história louca dessa, se fosse pra mentir ele diria algo mais obvio". Nesse sentido, você usou a inversão da psicologia para dar a velha migué, que infalivelmente funcionará, é mais eficiente do que falar coisas obvias como: "Meu despertador não tocou", ainda que essa seja a verdade. O problema é que a grande maioria das pessoas não tem esse raciocínio.
Em relação à técnica de disfarce, que também faz parte do arcabouço técnico da migué, você precisa se colocar no lugar de quem você aplica a migué. Se você quer saber se determinada mulher tem namorado por exemplo, mas não quer dar na pinta, não faça como a marioria, que faz tipo: "E o namorado, kd?" Essa é mais manjada que o cara ir comprar viagra e dizer que é para o amigo. Fale coisa do tipo: "Seu namorado já se formou?". Assim você demonstra certeza daquilo que você quer saber, e pergunta outra coisa. Se ela não tiver dirá: "Hã? Que namorado? Não tenho!". Ai você fala que se confundiu (já não posso mais usar essa). Uma vez eu quis saber se uma pessoa tinha namorado, eu estava jogando baralho com ela e outras pessoas, então aproveitei a deixa de que ela parou para atender o celular e disse: "Porra ... fica ai falando com o namorado e atrasando o jogo". Ela respondeu: "O pior que dessa vez nem foi ele". Pronto, alcancei meu objetivo sem precisar que ninguém soubesse de minhas reais intenções.
Em relação à técnica de embromação, o princípio básico para casos principalmente onde você precisa mostrar conteúdo quando você não tem, sobre determinado assunto, é dar ênfase naquilo que você sabe, e tentar tornar algo obvio e simples em algo complexo. Para isso você precisa de boa eloquência e bom vocabulário. Trocando em miúdos, se você vai falar de Newton e só conhece a lei da gravidade dele, explique isso deforma minuciosa, rebuscada e extensa, fale a mesma coisa várias vezes usando termos diferentes. Enfim, encha linguiça, mas de forma qualificada, que ninguém perceba que essa é a intenção.
Enfim ... migué é uma técnica extremamente apurada e complexa, poucas pessoas sabem usa-la de forma eficiente. Só não sei se o mundo seria pior ou melhor se as pessoas soubessem dar migué!

ATENÇÃO: Essa técnica contém alto grau de periculosidade, só deve ser utilizada em benefício próprio, nunca para prejudicar alguém, seu uso também não pode ferir com princípios éticos.