quinta-feira, 3 de maio de 2012

Celibato e Pedofilia

Celibato ... confesso que no dia em que a Igreja Católica acabar com isso o mundo vai ficar um pouco mais sem graça, vão acabar os filmes de drama erótico em que um padre se apaixona por uma ninfeta e vive um romance perigoso. Mini-séries da Globo idem. Vai acabar também com uma modalidade específica de piriguete, as Maria Água Benta, aquelas que vivem correndo atrás dos seminaristas.

Estamos no século XXI, e a Igreja Católica, não sei se por birra ou questões políticas, mantém intransigentemente o celibato, algo que eles próprios pisam em ovos pra explicar o sentido da existência. A explicação mais utilizada pela instituição cristã é o tempo integral que os sacerdotes precisam dispor aos fieis, algo que o matrimônio atrapalharia. Uma desculpa esfarrapada que deveriam ter vergonha de citar. A explicação mais aceita é mesmo a questão da igreja proteger seu patrimônio impedindo que os padres se casem, idéia essa que hoje nem faz muito sentido, mas há muito tempo atrás faria.

Não quero me aprofundar nessas possíveis explicações, mas sim nos danos que o celibato tem causado, e da hipocrisia dos católicos e da própria instituição frente aos fatos que vem ocorrendo. Primeiramente é bom deixar bem claro que o seminário da Igreja Católica é um filme pornô gay sem câmeras. Não falo isso me baseando apenas nos noticiários (o que já poderia ser suficiente), mas também em relatos de bastidores que tive a oportunidade de escutar. Na verdade nem precisaria disso, basta raciocinar que se diversos padres são pedófilos gays (os que gostam de meninos), pode-se imaginar o que ocorre no seminário (NÃO ESTOU DIZENDO QUE TODO GAY É PEDÓFILO, OK?).

O sacerdócio deveria ser para aqueles que possuem o dom da missão. Mas com o celibato o que acontece é um processo totalmente inverso, as pessoas estão utilizando o mesmo para legitimar perante sua família e a sociedade um comportamento ou preferência sexual comumente discriminada. Trocando em miúdos, as pessoas estão entrando no seminário para justificar uma vida sem relacionamento hétero por falta de vontade, ou seja, se alinhar à heteronormatividade. O seminário da Igreja Católica é um antro de gays encubados ou mal resolvidos (estou exagerando, claro que tem héteros também), e pra mim está cada vez mais claro que é forte a ligação desse fato com os crimes de pedofilia cometidos por muitos padres. Não que o gay tenha tendência a ser pedófilo, mas estamos falando de gays que são obrigados a viver em clausura sexual por uma vida inteira, pelo menos perante a instituição e a sociedade. Acredito que isso possa levar alguns padres a cometer tais delitos. Outra questão está relacionada ao tipo de personalidade sexual que o seminário atrai. Este não atrai pessoas bem resolvidas sexualmente, visto que um hétero convicto dificilmente se submeterá ao celibato, o mesmo pode valer para um gay convicto. O seminário é o lugar dos católicos mal resolvidos com sua sexualidade, resignar-se é uma maneira aparentemente eficiente para resolver o problema de “Não sei o que sou!”. Acontece que geralmente quem é mal resolvido com a sexualidade é gay, porque vivemos em um mundo heteronormativo. Mas com certeza em meio de tantas pessoas assim (mal resolvidas), a probabilidade de existirem indivíduos com a sexualidade doentia é maior. Esses dois fatos explicam (a meu ver) o espantoso índice de pedofilia no sacerdócio católico.

Pessoalmente tive a oportunidade de conhecer 4 seminaristas da Igreja Católica, desses, 2 eram visivelmente gays, mas os católicos preferem fechar os olhos para essa questão. A igreja poderia muito bem tirar as nuvens que encobrem seu universo sacerdotal extinguindo essa babaquice que é o celibato, mas prefere ir pelo caminho da “Caça as Bruxas”, dando murro em ponta de faca, até o dia em que não puder mais esconder o que está entre as paredes do seminário.