terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Momento Blogueiro Teen ... Reflexões sobre Caráter!


Mostrar ser o que se é realmente é uma das maiores dificuldades do ser humano. O que vou falar aqui é algo até obvio, mas creio que em relação a alguns pontos muitas pessoas não pararam para refletir.

Todo mundo tem uma máscara, que é a qual a pessoa se mostra para a sociedade, e a mesma é exibida porque não é conveniente para ninguém se mostrar do jeito que realmente é, então algumas convenções sociais são adotadas e apropriadas como estratégia no “jogo” das relações interpessoais.

Já repararam que até para falar de seus próprios defeitos as pessoas são convenientes? Todos temos vários defeitos, mas para citar algum sempre escolhemos o menos vergonhoso. Mais ou menos assim ... Cite um defeito! Ai vem as clássicas frases tipo: “Ah .... eu sou uma pessoa muito estressada!”; “Meu maior defeito é ser muito sincero!”; “Eu sou muito orgulhoso!”; “Meu maior defeito é confiar de mais nas pessoas!”. Na verdade não passam de migué em sua maioria. Nunca vi ninguém admitir que é egoísta, mentiroso, invejoso, fofoqueiro, etc. As pessoas fazem isso por vergonha do que irão pensar dela daí pra frente, é meio que uma proteção.

Bem ... não vou ficar aqui relatando meus defeitos, porque não estou falando para amigos, e sim para qualquer um que queira abrir essa página. Mas ultimamente tenho refletido em relação a isso, e encontrei uma pessoa que fez a mesma reflexão, o que me impulsionou a escrever o texto. Ultimamente tenho procurado ser mais tolerante com os defeitos das pessoas, por pensar que ela é assim porque não consegue ser diferente, acho que isso ajuda um pouco. E tento entender também o contexto que levou ela a ser assim.

Outra reflexão que faço é sobre pessoas arrogantes. As pessoas costumam atacar muito quem é arrogante: “Fulano é metido!”; Ele se acha ... afff!”. Certo, arrogância é algo repudiável, quem é, precisa mudar, e etc, etc, etc. Mas também acho que é muito fácil ser “humilde” sendo feio, ignorante e pobre. Acho que humilde de verdade é quem tem motivos pra ser metido e ainda assim não é. E essas pessoas são extremamente raras a meu ver, conheço muito poucas assim. Humildade é a qualidade mais difícil de se encontrar na raça humana, e para quem não tem motivos pra ser metido, fica complicado julgar quem é. Agora obvio que existem níveis, ser metido é uma coisa, ser um Malmsteen da vida é outra ... rsrrs. Existem também os que são metido sem motivo ... esses sim precisam de um psicólogo, e não são poucos!

É isso .... acho que esse foi o texto mais “Blogueiro Teen” desse blog, apesar de eu não ser muito fã desse estilo de postagem. Se leu clique nos marcadores ou comente.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A Síndrome Underground


Síndrome underground é uma “doença” que dá em pessoas sem noção que tem extrema necessidade de serem diferentes.

Tem tudo a ver com os pseudo-cults, esses compõem esse grupo com grande representatividade. Essas pessoas tem a prática de rejeitar tudo aquilo que faz sucesso, que está na mídia, na moda, na boca do povo, e muitas vezes nem precisa aparecer na mídia, basta fazer sucesso e estar bem financeiramente.

Esse tipo de indivíduo no meio do rock é que nem pardal no meio das cidades, existe aos montes. Mais especificamente, no meio do Metal então ... meu Deus!

Fazer sucesso não significa baixar o nível da qualidade, ou virar comercial, de forma alguma. Não gosto de recorrer à ciência aqui no blog, pois não é o espaço adequado, mas o tema requer um pequeno esclarecimento a partir da sociologia da arte. Nesse sentido, é necessário compreender os 2 tipos de valorização quando se trata de produção artística (aqui vou usar a música para me fundamentar). A produção musical é dividida em campos, que basicamente são os estilos ou vertentes. Existem 2 tipos de campos, os campos de produção autônoma (heterogêneos, com fronteiras bem definidas) e de produção heterônoma (fronteiras fluidas, campo homogêneo). Basicamente, os campos de produção autônoma obedecem uma lógica interna de produção, os de produção heterônoma (música comercial) obedecem uma lógica externa, que é a lógica do mercado, da demanda. Os campos autônomos então se valorizam internamente, o heterônomo externamente. Dessa forma, fazer sucesso dentro da lógica de um campo de produção autônomo não significa virar comercial, significa simplesmente obter hegemonia naquele campo de produção.

Vou utilizar como exemplo um campo que conheço de perto, que é o do Heavy Metal. Um monte de metaleiros metidos a underground adoram renegar as bandas de grande sucesso, como o Iron Maiden, sobrevalorizando bandas de menor porte. O Iron Maiden fez sucesso porque obteve destaque no campo, e não por se tornar mais comercial. Quem escuta a banda sabe que ao estourar a banda não mudou sua linha de produção. Esse sucesso foi alcançado internamente, dentro do campo de produção de Heavy Metal. A prova disso é que a banda continuou e continua fora da grande mídia, Iron Maiden não toca nas rádios populares, não é tema de filme nem de novela, nem está presente na mídia massiva. Ai está a diferença de quem se valoriza externamente e internamente, a valorização externa se dá no atrelamento da produção à lógica do mercado. Nesse sentido, fazer sucesso é diferente de ser comercial. Uma banda pode ser comercial e não fazer sucesso, e pode fazer sucesso sem ser comercial.

E ainda assim, ser comercial não é ser ruim, gosto de muitas coisas comerciais, existem bandas que barganham bem com o mercado, conseguem fazer algo interessante e vender ao mesmo tempo. As pessoas que rejeitam tudo que é sucesso ou comercial, são pessoas que além de fazer uma ligação arbitrária entre sucesso e qualidade, são pessoas que no fundo sentem uma necessidade de se destacar, elas não se sentem bem gostando das mesmas coisas que muita gente gosta. É por isso que essa síndrome tem toda a ligação com os pseudo-cults, pessoas que querem forçar a aparência de profundo conhecimento artístico.

Esse é um comportamento que está espalhado na sociedade em todos os setores, inclusive tem vlogueiro por ai chamando Bon Jovi de modinha e fazendo clip para a banda Zignal.

Então vamos parar com essa babaquice? Fazer sucesso e ser comercial não são a mesma coisa, e ser comercial não é ser ruim necessariamente. Pra quem conhece alguém assim, pode mostrar esse post ao mesmo, ele vai gostar, a final, esse blog quase ninguém vê, então deve ser muito bom.

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Multiplicador de Mulheres ... Seus Problemas Acabaram!


Você acha que apenas o dinheiro faz isso (foto do lado)?

Pois apresento aqui um método simples e revolucionário (vou colocar nos comerciais da Band de madrugada) para qualquer homem ter uma linda namorada, mesmo sendo feio pacarai.

As mulheres costumam ser bastante competitivas em relações afetivas, eu não sei por que porra, mas são, e isso é admitido por elas próprias. NÃO SÃO TODAS! Ok? Mas uma grande parte sim. É uma coisa meio esquizofrênica, me desculpem! Mas funciona mais ou menos assim: Se um cara arruma uma namorada, as amigas e colegas dela ficam querendo pegar o cara só por que ele está namorando. Podem até não se insinuarem, mas ficam na vontade. Então namorar, na prática significa aumentar o coeficiente de atração do homem, e se a namorada for bonita então, ai que vai chover mulher!

Quando o sujeito é feio e está com uma mulher bonita o efeito é bastante positivo para ele, as “concorrentes” vêem aquilo e pensam: “O que será que ele tem de bom?” Então ficam naquela instiga pra experimentar. Dessa forma, não existe método mais eficaz de se conseguir uma mulher bonita do que já ter uma mulher bonita. Nesse sentido, fica tudo muito simples, basta o sujeito fingir que tem uma namorada bonita, e é ai que entra a técnica da migué.

Existem diversas formas que o cara pode se valer para jogar a migué, ele pode colocar a foto de uma gata em sua carteira e por um anel de noivado, e ai no meio do papo inventar uma desculpa pra mostrar a foto ... sei lá, tipo:

- Você trabalha onde?
- Trabalho na loja X!
- Ah, minha noiva trabalha do lado, conhece ela? Tianny o nome dela (é bom usar nomes raros, dá um ar de credibilidade).
- Não conheço!
- Se você ver deve se lembrar! (ai mostra a foto)
- Não conheço não!
- É ... estranho .. mas enfim.

Essa é uma migué clássica, os principais postulados da migué estão em outro texto aqui no Blog. Quem quiser dar uma olhada, é de grande importância! (mentira)

O cara também pode pagar uma amiga bonita para fingir que é sua namorada, mas isso é mais complicado, nem todas aceitariam e você teria de gastar grana. O melhor mesmo é não precisar desse subterfúgio.

Então a partir dessa migué acontecerá o processo que em economia chamamos de multiplicador. O cara conseguindo pegar uma mulher bonita, a partir disso irá disparar o multiplicador, outras “competidoras” vão querer saber o que há de bom nesse sujeito, e ai virá cada uma mais gata que a outra.

Bem ... eu nunca testei essa teoria (e não é pra não parecer canalha, é verdade mesmo .. hehe), até agora está apenas no campo das idéias, mas se alguém quiser testar, poste depois os resultados ai nos comentários, ok? A ciência agradece!

OBS:
1 -Antes que alguém fale (sim, iriam falar), no título eu imito o Casseta & Planeta, então não precisa se dar ao trabalho de falar isso nos comentários!
2 - O texto tem caráter de descontração, portanto mimimi de pseudo-intelectuais serão apagados. Então saibam criticar dentro do caráter do texto.


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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Discutir Religião? Por que não?


Se existe um dito popular que acho bizarro é “Religião e política não se discute”. É claro que se discute, o problema é a forma pela qual as pessoas querem discutir religião e política. Aqui vou me ater à questão da religião.

Existe um comportamento nos cristãos praticantes (evangélicos e católicos especificamente) que me irrita (falo dessas pessoas de forma geral), que é discutir a religião dos outros usando a doutrina de sua religião. É por causa disso que a discussão tomou essa fama de “travada” (sem fim). Eu já vivi isso por diversas vezes, faço parte de uma religião que não é cristã, então sempre as pessoas conversam comigo sobre esse assunto, daí vem críticas bizarras tipo: “Na Bíblia, na pg X, no versículo Y, fala que não existe vida após a morte”; “Isso não está correto porque na Bíblia fala diferente”. Puta que o pariu! Será que essas pessoas não conseguem compreender que o cristianismo não é a única religião (no sentido mais amplo) do mundo? Será que não entendem que a Bíblia pra mim tem o mesmo valor que o Alcorão? Eu sinto vontade de me enterrar quando alguém fala que minha religião está errada porque a Bíblia fala o contrário.

No geral os evangélicos e católicos tem uma arrogância religiosa terrível. Quando se conversa com um espírita, budista, ou alguém do candomblé (como se chama alguém que é do candomblé?) se percebe grande diferença quanto a isso, são muito mais abertos e menos tendenciosos. Esses cristãos não conseguem aceitar que sua vertente religiosa tem a mesma importância que qualquer outra, e que ela tem a mesma probabilidade de estar errada do que qualquer outra (ao menos a princípio).

Pode-se sim discutir religião, mas desde que se saiba discutir, e não querer impor sua fé nos outros. Existem vários aspectos que são passíveis de discussão, eu posso discordar de algo em determinada religião sem levar em conta a minha fé ou os ensinamentos da minha vertente religiosa. Posso usar os princípios da própria religião que discordo para por a mesma em contradição, já fiz isso algumas vezes. Posso também usar princípios de valores consensuais para se fazer uma crítica. Por exemplo, se uma religião tem como prática institucionalizada rituais para prejudicar terceiros, isso tem implicações que transcendem questões de fé.

Então pelo amor de Deus! Se você pretende discutir religião, não use a doutrina da sua para justificar seus argumentos, isso é o mesmo que dizer “Você está errado em torcer para o Flamengo, deve torcer para o Vasco, porque o correto é torcer para o Vasco”. Realmente discutir religião não é nada fácil, mas com pessoas abertas dá para fazer, mas com cristocentristas (acabei de inventar essa palavra ... hehe) não dá, definitivamente.

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Análise do Campeonato Brasileiro 2010!!


Essa foi a 40ª edição do mais disputado e almejado campeonato desse país, que só vem reafirmar o processo de depreciação gradativo do nível técnico do futebol nacional, devido à cada vez mais rápida transferência de atletas para o futebol europeu.

Desde o início do campeonato 2 times já se mostravam acima da média dos demais (com exceção do Internacional, com time forte, mas pouco interessado no campeonato). Fluminense e Corinthians já por volta de metade do 1º turno apresentavam um diferencial dentro de campo e na tabela. Ambos polarizaram a disputa e chegaram a abrir cerca de 8 pontos para o terceiro colocado. O Fluminense e a Unimed entraram no campeonato com o claro objetivo de não deixar escapar a oportunidade de acabar com os 26 anos de jejum. Uma verdadeira avalanche de contratações, tendo como principais o meia Deco e o lateral direito/volante Beletti. Além desses vieram Rodriguinho e Carlinhos do Santo André; Emerson dos Emirados Árabes; Washington do São Paulo, Muricy Ramalho, dentre outros pouco representativos (ainda que Deco por justiça nem mereça ser mencionado). O time que já não era ruim ficou muito bom, com bons laterais, boa criação no meio e bons atacantes, ficando a desejar um pouco apenas na parte defensiva.

O Corinthians manteve a maior parte do time que montou pra ser campeão da libertadores, projeto esse que fracassou. Também veio com time forte, e para completar contratou um ótimo meia, Bruno César.

Esses dois times polarizariam a disputa, mas uma série de perdas por lesões em ambas as equipes fizeram com que as mesmas caíssem de rendimento, consumindo completamente a “gordura” que haviam feito na parte inicial no campeonato. Nesse sentido, outros clubes entraram na disputa, que mais tarde apenas o Cruzeiro se manteria.

E o clube que jogou com o escudo da CBF, campeão da ultima edição? O Flamengo teve um ano para esquecer, polêmicas envolvendo Adriano no inicio do ano, prisão do ídolo Bruno no meio do ano, renúncia prematura do maior ídolo da história do clube do cargo de Diretor de Futebol, por conta de perseguições políticas, contratações caras que não deram certo, todas essas turbulências se juntaram à incompetência da diretoria, que não sabendo lidar com o recente Hexacampeonato tomou medidas (ou deixou de tomar) que prejudicaram a temporada, sendo a mais grave a “herança maldita” do meia Petkovic, que ficou nessa temporada pela gratidão da torcida pelo mesmo ter “dado” o Hexa ao time em 2009. O meia, aos 38 anos teve atuações apagadas, o que prejudicou o time, que por incompetência da diretoria não contratou outro à sua altura. O resultado foi um ano sem títulos e a luta contra o Z-4 no brasileiro, que só não teve fim trágico por extrema incompetência de seus adversários.

Não tem como falar desse campeonato sem falar das polêmicas envolvendo a entrega de resultados por rivalidade regional. Mais uma vez, como no ano passado, houve a coincidência de haver possibilidade de um clube prejudicar seu rival em relação ao título. O Fluminense foi o “contemplado” da vez, que ganhou 6 pontos através disso, quando São Paulo e Palmeiras entregaram para prejudicar o Corinthians. O episódio só reafirma a necessidade de se acabar com o formato de pontos corridos. O Corinthians que ano passado fez corpo mole para prejudicar o São Paulo, agora experimentou de seu próprio “veneno”.

A reta final do campeonato foi emocionante pela disputa, mas não pelo nível técnico. Fluminense, Corinthians e Cruzeiro, 3 times incompetentes disputando o título. Os 3 tiveram diversas oportunidades de disparar, mas não o fizeram, a disputa era mais para ver quem perdia menos pontos, do que para quem ganharia mais. Fluminense e Corinthians pelo fato de ainda estarem prejudicados pelos desfalques, e Cruzeiro por não ter time suficiente para ser campeão mesmo.

Nesse fim de linha, eis que Ronaldo resolve retornar de seu processo de “hibernamento” para resolver os problemas do ataque do Timão, que sem Jorge Henrique e Dentinho, só por um milagre disputaria o título. E ai ficou claro a diferença que faz o fenômeno. Obeso, com 3 cirurgias no joelho, 34 anos, e ainda fazendo gols e ajudando a melhorar o rendimento do time. A presença dele taticamente fez muita diferença, sendo o único centro avante da equipe, mudava todo o comportamento tático, centralizando a marcação adversária e liberando as pontas para chegada de Iarley e dos meias.

Mas não foi suficiente para dar o título ao time do Parque São Jorge. O Fluminense na reta final pegou uma tabela água com açúcar, dos 4 últimos confrontos, foram 2 times rebaixados e 2 rivais diretos do Timão. O tricolor ganhou 10 desses 12 pontos e se consagrou Bi-campeão Brasileiro.

A reta final ainda reservou o patético episódio do chororô do eterno cavalo paraguaio Cuca, que mais uma vez “terceirizou” a culpa pela derrota de seu time, acusando o árbitro de favorecimento ao Corinthians. A polêmica girou em torno do confronto direto entre os clubes, um lance de penalidade no mínimo polêmico, mas pra quem passou pela escola do chororô botafoguense é suficiente para levantar poeira.

E o campeonato terminou da seguinte forma: 4 times pequenos “se recusando” a deixar os grandes caírem, os eternos coadjuvantes (Botafogo, Palmeiras, CAM, Vasco, etc) em seu devido lugar, e o tricolor carioca campeão. No G-4 (que pode virar G-3), além dos 3 que brigavam pelo título, entrou o Grêmio de Renato Gaúcho, de forma merecida.

Fluminense conquista esse título com todos os méritos, apesar de o Corinthians também ser merecedor pelo time que tem. O que desequilibrou na parte final foi o tricolor ter dado mais sorte nos confrontos. Eu não poderia também deixar de espetar o fenômeno, pois diante da tabela fica muito claro que se o mesmo quisesse (sim, essa é a palavra) jogar ao menos um turno inteiro o título sem sombra de dúvidas era do Corinthians. Mas profissionalismo nunca foi o forte desse brilhante jogador, o que é uma pena.

Parabéns ao Fluminense, e parabéns ao futebol Carioca, que depois de 8 anos na seca venceu 2 brasileiros consecutivos, o que não acontecia desde 1984 (nessa ocasião foram 3 em sequência para o estado do Rio).

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Roberto Carlos ... Rei? De onde?


Sempre questionei o fato de Roberto Carlos ter recebido o rótulo de Rei da nossa música, quem me conhece sabe e está cansado de ouvir isso ... rsrs. Nesse sentido, não me deterei aqui apenas aos argumentos de mesa de bar, e irei propor um critério para me fundamentar em relação a esse posicionamento.

Na minha opinião, um sujeito para receber tal rótulo precisa estar dentro de alguns requisitos. São eles:

1 – Ter um nível de qualidade musical considerável, que seja de modo geral respeitado como tal (esse é o aspecto mais subjetivo).

2 – Produzir uma música que represente a cultura do país, seja na estética ou nas letras.

3 – Ter uma representatividade ampla no país, não se restringindo a culturas locais (de certas regiões).

Dessa forma, pode-se observar 2 coisas. 1º Não é nada fácil se adequar a esses requisitos, e 2º Ser Rei não significa de forma alguma ser o melhor.

Nesse sentido, seguindo os requisitos citados, Roberto Carlos pode até atender ao primeiro e ultimo, mas ao segundo de forma alguma. O mesmo desde o início da carreira produz uma música que não tem enraizamento cultural brasileiro. Começou na década de 60 no movimento Jovem Guarda, fazendo um rock ‘n’ roll esteticamente copiado do rock inglês e americano, inclusive foi um movimento em que se fazia muitas versões de músicas de bandas inglesas, sobretudo Beatles. As letras falavam de amor e de cotidiano, mas de uma maneira desenraizada, sem produzir uma identidade com a cultura nacional. Eram músicas voltadas ao entretenimento, bastante comerciais e de aderência bastante ampla. Com o passar do tempo, Roberto Carlos se transformou em um cantor romântico, mas continuou produzindo música com representatividade nacional bastante rarefeita.

Não há nada na música de Roberto Carlos que se possa dizer: “Isso é Brasil!”, então porque rotular esse cantor como Rei da música brasileira?

Não estou tirando os méritos do cantor, acho que ele foi um cara que soube “barganhar” com o mercado de certa forma, produzir músicas comerciais sem cair na total vulgaridade estética. Apenas acho que o mesmo não representa nosso país. Quanto a seu sucesso fenomenal, é bom lembrar que ele fez parte de um movimento de cunho não político em uma época de ditadura, na qual vários artistas estavam produzindo músicas politizadas e de encontro ao sistema. Então a Jovem Guarda foi um movimento que teve portas escancaradas na mídia e em qualquer lugar, o que facilitou bastante na popularização. Não que eu ache que a música politizada é melhor que a que não é, falo isso apenas para tratar de fama, oportunidades e popularidade.

De acordo com esses critérios, Roberto Carlos está muito longe de ser o Rei de nossa música. Quem é nosso Rei então? Não sei ... complicado definir, e a perspectiva do texto não é essa. Talvez um sambista, ou alguém da Bossa Nova ... pensei em Luiz Gonzaga, mas sua música tem representatividade um tanto restrita, ficando mais no âmbito regional. Em relação às letras poderia ser Raul, Cazuza, ou Renato Russo. Enfim ... é muito complicado. A única coisa que sei é que o trono continua desocupado .... a majestade que está ai reina um outro povo, e não o meu!

OBS: Os critérios que utilizei são meus, não existe critério para definir quem deve ou não ser o rei da música de um país. Criei os mesmos por achar coerente sua aplicação.

É isso, concorda com o texto? Comente ou marque em uma das reações abaixo. Se discordar é importante justificar ... e se quer defender alguém enquanto merecedor do rótulo de Rei da música brasileira, poste ai sua defesa! Fui ...

sábado, 27 de novembro de 2010

Precisamos combater o combate ao tráfico!


Mais um conflito entre policiais e traficantes no Rio de Janeiro, dessa vez com maior intensidade, mas nada de muito diferente, as pessoas com medo de sair nas ruas, bala perdida pra todo lado, e salve-se quem puder. Muitos traficantes estão sendo presos, a polícia está sendo mais incisiva porque os mesmos passaram dos limites dessa vez, tocaram fogo em vários veículos como represaria pela transferência de alguns presidiários traficantes.

Eu fico observando os cariocas na internet, sobretudo no twitter, falando que todo esse conflito é um mal necessário, que é preciso realmente combater o tráfico, e blá blá blá. Outros falando que a culpa de tudo isso é de quem sustenta o tráfico, inclusive o vlogueiro mais popular do momento, Felipe Neto. Os políticos a mesma coisa, sempre prometendo apertar o cerco contra o tráfico.

Será que os problemas se resolveriam combatendo o tráfico, ou as pessoas tomando “consciência” e parando de consumir drogas? Será que o tráfico de drogas é o cerne do problema? O que aconteceria se acabassem hoje com o tráfico? O que fariam os traficantes e todas as pessoas ligadas que vivem do processo? Iriam para as filas de empregos? Fariam concursos públicos? Pegariam o pouco que sobrou de capital e montariam um barzinho na esquina? Creio que não, a maioria esmagadora com certeza continuaria no mundo do crime de outras formas, com assaltos, crimes pela internet, seqüestro relâmpago, e por ai vai. Essas pessoas estão acostumadas a ganhar dinheiro fácil e em quantidade considerável, entraram no tráfico para não se submeterem ao salário mínimo, portanto continuarão fazendo o mesmo de outras maneiras. Dessa forma, em termos de criminalidade urbana, acabar com o tráfico, como quer a maior parte da sociedade, não resolveria nada, ou até agravaria o problema.

Vamos desmistificar essa questão, o estado não combate o tráfico, ele regula. É o que acontece com a pirataria, as barracas vendendo CDs pirata estão ai nos centros das cidades para todo mundo ver, se houvesse um interesse de acabar com isso, já teria sido feito há muito tempo. O estado precisa regular a pirataria da mesma forma que precisa regular o tráfico, ou seja, não pode deixar que ambos os processos escapem dos limites toleráveis, é isso que acontece na minha opinião. O que está ocorrendo no Rio, daqui a 15 dias estará tudo estabilizado novamente, o tráfico continuará atuando, a polícia vai afrouxar a rédea, e tudo voltará ao “normal”.

O estado não pode combater a pirataria de forma mais incisiva porque isso significa aumento vertiginoso da taxa de desemprego (formais e informais). No caso do tráfico, não apenas isso, mas também porque o processo requer alto investimento e mexe com muitos interesses. A questão é: Precisamos combater o tráfico de drogas? Na minha opinião, não dessa forma, não apenas através do enfrentamento. Bater de frente com o tráfico gastaria tufos de dinheiro público, e o resultado seria o aumento da criminalidade urbana, além do caos causado pelo próprio processo. Sem falar do aumento da pobreza nas favelas.

Tráfico de drogas não é a causa, mas sim um sintoma de um processo muito maior, que é a exclusão social. Combater o tráfico sem um programa incisivo e eficiente de inclusão social, não serve para porra nenhuma! É preciso combater incluindo, e não excluindo. Se for para fazer dessa forma é melhor deixar do jeito que está. Se nossa sociedade quiser exterminar o tráfico de drogas de forma inclusiva, terá de pensar em outra forma de sociedade, outra forma de capitalismo, pois nessa lógica econômica e política que vivenciamos não existem recursos suficientes para efetuar tal manobra. Nesse sentido, lembra do “louco” do Plínio? Que queria fazer auditoria da dívida pública? Pois é .... comecem a pensar nessas loucuras se quiserem uma mudança de fato, e não a troca de um problema por outro.

OBS: Fiz um comentário em resposta a um questionamento que serve como anexo. É bom ler principalmente em caso de discordância.

Se leu já sabe, clicar em uma das reações ou comentar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pseudo-intelectuais


Pseudo-intelectual, designação utilizada corriqueiramente quando se quer fazer referência a alguém que se mostra intelectual sem o ser na essência.

Eles se dividem em 2 tipos básicos, os pseudo-intelectuais acadêmicos e os pseudo-intelectuais Cult, ou pseudo-cult (Cult não no sentido literal, mas no sentido estereotipado, que é um indivíduo não somente culto, mas excêntrico sobretudo). O primeiro tipo é uma espécie que dá na academia, pessoas que querem transparecer intelectualidade por questão de ego, mas não possuem conhecimento substancial de fato. Essas pessoas tem o hábito de decorar nome de autores, para eles importa mais os nomes dos autores do que o conteúdo de fato, porque tudo que ele precisa é citar o autor em uma conversa de mesa de bar ou em suas intervenções em sala de aula. Então qualquer texto, resenha ou artigo que lêem, fazem questão de decorar o nome do autor, ainda que o autor não tenha grande representatividade. Além disso, eles tem como prática sair lendo a introdução ou o 1º capítulo de várias obras. O pseudo-intelectual lê pouco, então para transparecer conteúdo ele usa desse subterfúgio, com isso ele conhecerá superficialmente várias obras, mas poderá citar esses autores e essas obras quando quiser se passar por intelectual. Outro hábito bastante frequente nessas pessoas é forçar vocabulário rebuscado quando falam ou escrevem. Costumam falar difícil em ocasiões ou espaços que não há necessidade para tal, às vezes até cometem gafes usando termos que não cabem no contexto. Uma coisa é falar de forma rebuscada naturalmente, isso ocorre quando o indivíduo leu tantos autores com linguagem rebuscada que naturalmente ao se comunicar utiliza esses termos. Outra coisa é forçar o uso de termos mais complexos ou científicos, típico dos pseudo-intelectuais.

Eu acho bizarro esse tipo de prática. E antes que alguém ache que estou me auto-intitulando intelectual de verdade, não sou intelectual, não leio tanto assim, mas também não fico lendo introdução de livro pra dizer que conheço a obra e o autor, se pego algo para ler costumo ir até o fim, ou até onde a obra tem pertinência para o que quero apreender.

O outro tipo, o pseudo-cult, são aquelas pessoas que forçam uma excentricidade para posarem de Cult. Atualmente está muito na moda isso aqui no Brasil no meio musical, sobretudo no meio alternativo, pessoas sem conhecimento musical de fato, se passando por intelectuais do meio, utilizando um estereótipo (o termo é utilizado não somente com referência a estética) que transmite essa idéia. Sabe aquela pessoa que você vê, troca uma idéia rápida, e fica parecendo que ela conhece muito de música, e depois você vê que ela só conhece 5 ou 6 bandas? É isso! Esse tipo é também muito visto em movimento estudantil, pessoas de aparência e atitudes excêntricas, que compartilham ideais revolucionários que pouco conhecem. Esses na verdade aderem ao movimento para posarem de intelectual, forçam um estereótipo propositalmente a fim de fazerem ligação com essa característica, tem discurso incisivo, mas um pouco mais de papo e percebe-se que tem pouco conteúdo. Diferem portanto do novato no movimento, que conhece pouco mas está lá para aprender e contribuir, estimulado por sua perspectiva ideológica.

Se você lê introdução de livro (ou 1º capítulo) ou usa qualquer outro subterfúgio para transparecer intelectualidade, por favor, mude, não há nada mais patético do que isso. Ainda há tempo, Deus tem um plano para sua vida irmão!!

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sábado, 20 de novembro de 2010

Viva o Busão!!


Ônibus, esse meio de transporte coletivo tão massacrado pelas pessoas. O sonho de boa parte da classe média é deixar de andar de ônibus, existe uma espécie de satanização do ônibus (tá, exagerei, mas é pra dar uma ênfase mesmo ... hehe). Ônibus é tudo de ruim, é apertado, desconfortável, para toda hora, dá 500 mil voltas pra chegar no destino, um povo mal educado, que fede, faz mais calor também quando está lotado, faz zoada com os ferros batendo, isso quando não tem um chato te enchendo a paciência durante o percurso.

Certo, ônibus é uma “disgraça” mesmo. Mas teremos de conviver com ele, não existe espaço nas metrópoles para tantos carros se cada um resolvesse ter um, seria um verdadeiro caus. O ônibus vai continuar existindo, aumentando ou não o acesso pelos carros. Se a frota de carros chegar a um limite insustentável as prefeituras dessas cidades terão de criar formas de desestimular o uso dos mesmos, como pedágio nas avenidas mais movimentadas ou tornar o sistema de rodízio mais incisivo. Então vamos aprender a conviver com o velho busão, e lutar para que seu serviço melhore a cada dia.

Já pensaram nas coisas boas que o busão proporciona? Acho que todo tipo de aglomeração de pessoas é positivo em determinado aspecto. Já pararam pra pensar em quantas amizades já fizeram no busú? Eu já fiz algumas, hoje mesmo fiz uma em um episódio irritante de pegar o ônibus errado, que foi amenizado pela companhia dessa pessoa. Acho que todo mundo tem uma história pra contar derivada de um busú.

A sociedade está ficando cada vez mais individualista com o surgimento das comodidades, as pessoas nem percebem que ao terem um computador em cada quarto elas interagem menos com os familiares, não existe mais aquela reunião no lar pra ver TV, cada qual tem sua TV no quarto. As crianças não brigam mais, isso é um absurdo!! Hoje em dia você pergunta para uma criança como foi sua 1ª briga e ela diz que foi no Street Fighter. As brigas são importantes para as pessoas aprenderem a respeitar seus limites e a entender o lado do outro. A sociedade contemporânea está se tornando cada vez mais egoísta, sem que as pessoas percebam. A perda de interação causada pelas comodidades não é compensada com outras formas de interação, diferentemente dos problemas causados pela comodidade física, que pode ser compensado com academia.

Não estou fazendo uma apologia contra os carros, nem contra a disseminação de computadores, pelo amor de Deus (falo isso pelas experiências passadas aqui no blog de interpretações bizarras)! Faço apenas uma reflexão em relação aos “efeitos colaterais” das comodidades proporcionadas pela sociedade contemporânea.

Então viva o busão!! É um meio de transporte que ajuda na questão da redução de emissão de poluentes, ajuda no desafogo do trânsito urbano e de quebra “força” as pessoas a interagirem mais. Vamos lutar para que seja cada vez mais prazeroso se utilizar desse mecanismo, para que a necessidade de se ter um carro se torne menos gritante.

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domingo, 14 de novembro de 2010

A síndrome saudosista na música


Síndrome saudosista na música é a valorização inerte daquilo que é antigo nesse campo. Valorização inerte porque é uma valorização que não está pautada em um conteúdo que a explique. É como se a música fosse um vinho, quanto mais velha melhor fica.

É preciso cuidado ao dizer que algo na música, ou algum estilo musical têm piorado, discurso esse utilizado corriqueiramente por pessoas mais velhas. Realmente em alguns aspectos a música tem piorado, mas de forma genérica, falar desse processo requer uma análise mais racional e menos tendenciosa.

Lembro-me de certa vez que estava com um tio meu em um réveillon, onde tocava uma banda que tinha um repertório formado principalmente por marchinhas de carnaval. Então ele disse: ”Isso é que é música de qualidade, música de alto nível, e não essas coisas que vocês escutam hoje em dia!” Hã? Que? Marchinha de carnaval é música de alto nível? “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar, dá a chupeta, dá a chupeta, dá a chupeta pro neném não chorar ... ”; “Ei, você ai, me dá um dinheiro ai, me dá um dinheiro ai ... ” Essas e outras eram as marchinhas que estavam tocando lá, músicas com um padrão rítmico extremamente quadrado, letras minúsculas e repetitivas, e melodias de fácil assimilação ao extremo. Além do total empobrecimento técnico, as marchinhas não apresentam um enraizamento cultural forte, diferentemente do samba, elas surgiram na Europa, e foram trazidas para o Brasil de forma copiada (tendo como uma das principais precursoras Chiquinha Gonzaga) em um primeiro momento, depois houveram adaptações em relação à cultura brasileira (carioca principalmente). Então não há motivo para achar que as marchinhas eram músicas de alto nível, ou que eram melhores em termos de qualidade em relação às músicas populares dos dias atuais, que são tocadas nos carnavais. Eram músicas de carnaval, voltadas muito mais para o entretenimento do público do que para qualquer outra coisa.

Não apenas nesse campo, mas no campo do rock a síndrome saudosista é muito freqüente. No nosso caso, existe uma hiper-valorização do “rock” brasileiro dos anos 80, em detrimento do rock atual, mas não apenas nesse sentido estrito, em detrimento da música jovem atual. É necessário entender 2 coisas nesse aspecto, 1º que muitas das bandas dos anos 80 taxadas como rock nem pode possuir tal rótulo, muitas delas eram pop, outras pop-rock, a titulação nessa época era algo complicado e muitas vezes até ridículo. Outra questão é que as produções artísticas são datadas, existiu no Brasil (sobretudo em Brasília) um movimento de bandas com letras de protesto porque passávamos por um processo de redemocratização, então existia um contexto histórico particular. Não vai mais haver outro movimento como aquele, da mesma forma que nunca mais vai existir tropicalismo, ou arte grega. Foi uma época também em que a atitude me parece ter sido mais importante do que a qualidade das obras, era “proibido” ter um vocalista bom no Rock Brasileiro dos anos 80, Titãs, Plebe Rude, Kid Abelha, Camisa de Vênus, Paralamas, Barão Vermelho (Cazuza), dentre outras, tinham péssimos vocalistas, poucas bandas se salvavam nesse aspecto. Sem falar que boa parte dessas bandas eram grosseiras na estética, transparecendo uma total preocupação com as letras. Então não é que piorou a música jovem ou o rock brasileiro, é que houveram mudanças. Por exemplo, no século XXI passou a existir aqui um movimento alternativo muito interessante, de bandas como Los Hermanos, Teatro Mágico, Vanguart, O Círculo, etc. É um movimento que tem tomado uma densidade bastante representativa, onde as bandas misturam samba, Indy, bossa nova, rock, dentre outras vertentes, com letras que falam basicamente de cotidiano. São bandas de bastante qualidade, geralmente não tem característica de protesto, mas são riquíssimas em melodia, harmonia e arranjos, coisa que faltava nas bandas mencionadas dos anos 80, que eram muito mais quadradas.

Então deve-se ter bastante cuidado ao dizer que a música brasileira no geral ou na música jovem tem piorado, cair no discurso de que a música de protesto é melhor que a música que fala de amor ou cotidiano é algo absurdo e chulo. Até porque existem protestos que nem mereceriam serem feitos, de tão clichê e rasos que são. Involução/evolução e mudança são coisas completamente diferentes, mas corriqueiramente confundido por muitas pessoas.

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Celebridades e os campos de valores


Eu não entendo por que as pessoas tendem a observar tanto as celebridades pelo lado pessoal, e não pelo profissional. É irritante ver fãs discutindo porque alguém disse que seu ídolo é gay, mercenário, ou metido, e blá blá blá. Algo irritante também é ver pessoas tentando tirar o crédito do trabalho de alguém por questões que não tem nenhuma ligação com a carreira profissional do indivíduo.

Dia desses recebi um e-mail de uma psicóloga escaldando Cazuza, dizendo que ficou assustada com o filme sobre ele, que o mesmo não é exemplo para os jovens, por que era traficante, gay, drogado, porra louca, etc, etc. O e-mail era uma espécie de apelo para que os pais não deixem seus filhos cultivar esse tipo de ídolo. Certo, Cazuza realmente foi um traficante, porra louca, drogado, etc. Mas ai me pergunto: E kiko?

Outro caso bizarro foi Lobão no programa de Raul Gil, naquele quadro de tirar o chapéu (eu realmente não sei por que estava assistindo isso, mas enfim ... ), onde o mesmo não tirou o chapéu para o jogador Kaká porque o atleta se casou virgem. Ele definiu Kaká como o Júnior (da ex dupla Sandy & Júnior) do futebol brasileiro. Eu não sabia que existia uma ligação entre futebol e sexo, será que quanto mais tempo a pessoa demorar pra fazer sexo, mais curta será sua carreira? Ahhh ... deve ser por isso que Kaká está com tantos problemas na virilha!! Realmente Lobão, você tem razão, é um absurdo um jogador de futebol se casar virgem.

Recentemente tivemos outro exemplo desse comportamento das pessoas nas eleições presidenciais, quando pessoas ligadas ao candidato Serra dispararam acusações via e-mail contra a candidata Dilma, acusações de que ela seria lésbica! Ohhhh ... que absurdo! Como uma lésbica pode governar um país?

Eu não quero saber se Cazuza era porra louca e criminoso, não quero saber se Kaká casou virgem ou não, muito menos se Dilma é lésbica, isso não tem ligação nenhuma com o que essas pessoas representam publicamente. Cazuza foi músico, e não um político, ele não tem que dar exemplo de moral a ninguém, quem é fã dele, é por suas músicas, e ponto final. Kaká é jogador de futebol, sua vida sexual nada tem a ver com sua profissão. Quem poderia reclamar da castidade dele seria sua namorada, e não os apreciadores do esporte. O mesmo vale para a presidente eleita Dilma, sua orientação sexual não tem nenhuma relação com sua função.

Então pelo amor de Deus!! Vamos parar com essa babaquice! Vamos aprender a separar os campos de valores, o campo de valor político não tem relação com o campo de valor moral no que se refere à orientação sexual. Se Dilma tivesse o caráter de Cazuza, ai sim isso poderia ter implicações, a final, ser traficante e drogado tem relação com o campo de valores da política.

Eu sou fã desse indivíduo aqui, André Matos.



Mas eu estou pouco me lixando para coisas relacionadas à sua vida externa ao campo musical. Muitos fãs babacas ficam discutindo se ele é gay ou não, eu restrinjo-me ao André Matos músico, pra mim pouco importa se ele queima ou não a rosca. Agora se eu ficar sabendo que algumas de suas músicas foram plagiadas, ai sim ele cairia em meu conceito, pois isso é uma ética do campo musical. Fora desse espaço, é tudo retardisse de fã. Eu não sou mãe do André Matos!!

É claro que separar completamente os campos de valores não é assim tão fácil, em um caso como o do goleiro Bruno, fica complicado o fã continuar o tendo enquanto ídolo depois do ocorrido, mas ali é um caso extremo, pois tratou-se de um crime hediondo e de uma forma que chocou o país. O que defendo é que as pessoas tenham o mínimo de discernimento nesse aspecto.


Esse indivíduo aqui é soberbo, uma das criaturas mais arrogantes do meio musical, mas é um puta de um guitarrista, e é isso que importa para seus fãs, ou ao menos para uma parte dos fãs. Isso não quer dizer que não faz diferença alguma ser ou não arrogante, quer dizer que ser arrogante não invalida sua competência.

As celebridades são pessoas normais, isso todo mundo sabe, mas a maioria não consegue internalizar. As pessoas parecem que vêem seus ídolos como seres “sintéticos”. É preciso ser um pouco mais racional e sensato para analisar a carreira dessas pessoas, e principalmente saber separar os campos de valores.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Xenofobia, uma história contada pela vítima!


Xenofobia, aversão a indivíduos de outros países, regiões ou cidades. Um tipo de preconceito que está em destaque no momento por conta do caso de Mayara Petruso, que disparou frases xenofóbicas no twitter. A xenofobia especificamente desse caso se refere-se ao preconceito do pessoal do sul/sudeste do país em relação ao pessoal do norte/nordeste, sobretudo o nordeste. É um preconceito que toma referência do nordestino como pessoas burras e pobres principalmente, mas o que é mais explícita é a rotulação de burro. Eu já fui vítima de xenofobia, certa vez conversando com uma goiana no MSN, a mesma disse algo que não compreendi, então disse que não havia entendido, então ela disse: - Não entendeu? Entendo, você é bahiano! Sim, ela escreveu bahiano! O destino me deu a faca e o queijo na mão, então além de dar um grande sermão nela, revidei chamando ela de burra e pedi para que aprendesse a escrever antes de chamar alguém de burro. Obviamente que minha agressividade foi por conta do preconceito, e não pelo erro em si.

Mas por que existe esse rótulo de nordestino burro? Será que ele tem cabimento? De fato os índices sociais - que incluem educação - são piores no nordeste quando se compara com o sul/sudeste, principalmente com o sul. Esses índices geraram pobreza, o que fez com que os nordestinos na década de 70 saíssem para buscar melhores condições de vida no sudeste e sul, principalmente sudeste. Boa parte da composição das favelas das grandes metrópoles desses lugares nasceram desse processo. Bando de filhos da puta esses nordestinos, não é mesmo? Vão para lá se apropriar do que não é deles! E ainda levam a marginalidade junto! Certo, mas como ocorreu todo esse processo?

Voltando um pouco no tempo e ampliando um pouco o conceito, remetemos à questão africana. Nós nordestinos também não podemos posar de vítimas do processo como um todo, já que reproduzimos aqui o mesmo tipo de preconceito, quando discriminamos os africanos. Da mesma forma que o pessoal do sul/sudeste também sofre discriminação enquanto brasileiros lá fora. É somente uma questão de foco. A questão a ser tratada aqui é como essas regiões se tornaram tão diferentes em termos de desenvolvimento. É um erro tratar o desenvolvimento de uma região de forma separada, o desenvolvimento se dá como um todo, o processo que tornou a Europa desenvolvida foi o mesmo que tornou a África e a América Latina subdesenvolvidos. O processo que tornou o nordeste uma região subdesenvolvida (no âmbito nacional), foi o mesmo que tornou o sul/sudeste desenvolvido. Acontece que o modo de produção capitalista se desenvolve criando desigualdades, faz parte da essência do sistema, para se tornarem desenvolvidos, os europeus precisaram explorar os africanos e os latino-americanos, no primeiro momento sob a forma de estabelecimento de colônias, e no segundo momento sob imperialismo no comercio internacional. Da mesma forma, o sul/sudeste é mais desenvolvido que o nordeste porque para haver um processo de desenvolvimento dependente no Brasil, houve a “necessidade” da manutenção de um dualismo estrutural no Brasil, onde basicamente as regiões agrárias (norte/nordeste) alimentaram o processo de industrialização do sul/sudeste. Alguns teóricos até usam o termo sub-imperialismo para designar esse processo. Não vou entrar nos pormenores aqui porque o texto ficará muito grande, e o assunto aqui não é economia, mas quem quiser se aprofundar, autores como Fernando Henrique Cardoso e Celso Furtado tratam do assunto.

Então a xenofobia em si não faz sentido. Todos somos resultado de um mesmo processo, processo esse onde uns foram desfavorecidos no fim das contas, e outros favorecidos. E vamos pensar em xenofobia também de forma mais abrangente e menos conveniente, vamos pensar na forma como discriminamos os africanos, tanto racialmente quanto intelectualmente. O ser humano essencialmente é igual no âmbito geral, o que nos torna diferentes são as ações cultivadas ao longo da história.

Fazemos parte da mesma região, nossa região chama-se Planeta Terra!

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Amigos Descartáveis


Amigo descartável é aquele que estabelecemos uma relação relâmpago em algum momento de nossa vida. Seja em uma enorme fila, seja em uma viagem de transporte coletivo, essas pessoas preenchem nosso tédio ou nossa ansiedade naquele espaço de tempo. Comigo já ocorreu algumas vezes, sobretudo em ônibus, quando você começa a conversar com aquela pessoa durante a viagem, algumas vezes o papo é muito bom, a viagem termina, você se despede daquela pessoa para muito provavelmente nunca mais a encontrar de novo.

É algo um tanto estranho, ao menos eu acho, se despedir para sempre de uma pessoa que você conversou por horas. Algumas pessoas inclusive tem facilidade de se abrir, 10 minutos de conversa com seu amigo descartável e já está falando sobre coisas bastante íntimas, isso às vezes me assusta. Aliás, comigo isso é bem freqüente, não sei por qual motivo as pessoas vêem em mim uma pessoa que está disposta a escutar confissões, e mais do que isso, ver em mim uma pessoa de confiança.

Às vezes quando gosto do amigo(a) descartável fico com vontade de manter contato, mas quando se trata de mulher, se você pede o msn ela vai achar que você está a fim dela, então é meio complicado, já fiz isso algumas vezes, mas as pessoas estranham um pouco. Eu não sei se só eu acho estranho se desvincular do amigo(a) descartável sem nenhum pingo de apego, mas a maioria acha estranho se você pedir o orkut, msn ou qualquer outra forma de contato. Alguns ficam em minha memória, e às vezes lembro e penso: “Como será que essa pessoa está?” Só eu faço isso será?

Existe também os amigos descartáveis chatos, são os que conversam de mais, e geralmente coisas chatas e repetitivas, esses tem certa compulsão por conversar, então estão sempre à espreita de uma “presa” para alugar, sempre à caça de um amigo descartável. Nesse sentido, é necessário aprender a identificar os amigos descartáveis chatos, vou ensinar algumas técnicas. Um dia desses, estava eu no ponto para pegar ônibus para Cachoeira, um cara no ponto me viu e falou comigo: - E aê! Eu não o conhecia, mas cumprimentei o rapaz. Daqui a pouco ele perguntou se eu estava indo para Cachoeira, e eu respondi que sim, foi quando ele lançou: - Cachoeiraaaa .... ê cidade quente! Chato detected!! Corra! Essa forma de puxar uma conversa é típica de uma pessoa chata. Como detectei logo, não dei adiantamento pra cortar pela raiz, sentei longe dele no ônibus. Então esses comentários são comuns desse tipo de pessoa, falar do clima, chuva, falar de política do nada .... é típico de chatos, em muitos casos são da 3ª idade. Existe também os que começam a reclamar de algo, pra que você comente sobre a reclamação dele, é ai que ele te prende. Então aprenda a evitar essas pessoas. A não ser que você seja uma pessoa caridosa a ponto de não se incomodar com isso.

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sábado, 30 de outubro de 2010

O "lunático" Plínio Arruda e a construção da ruptura. Onde estamos pisando de fato?


Esse texto está sendo escrito de certa forma um tanto tardia, é verdade, deveria ter sido escrito durante o 1º turno das eleições. Mas como eu escrevo inspirado em inquietações, e não só pelo momento oportuno, só agora resolvi posta-lo.

Estive refletindo sobre essa questão do rompimento político aqui no Brasil, como seria, e isso foi assunto de um debate ocorrido em sala de aula também, na matéria do professor Diogo. Observo muitas pessoas criticarem o Lula pelo mesmo não ter rompido com a estrutura política, econômica e social aqui no Brasil, alegando ser essencial esse rompimento (e eu assino em baixo). Boa parte dessas pessoas votaram no candidato Plínio Arruda do PSOL, por achar que é o candidato que pode romper essas com estruturas aqui no Brasil. Mas fico a refletir, será que essas pessoas sabem em que chão estão pisando?

Por outro lado tem as pessoas que votam no PT ou no PSDB que chamam Plínio de louco, por achar que suas propostas são impraticáveis. Será que essas pessoas também sabem em que chão estão pisando pra fazer esse tipo de julgamento?
Vamos analisar como seria Plínio Arruda no poder? Além disso vamos fazer de conta também que ele teria base política na câmara e no senado para ter viabilidade de governar.

Em 1º lugar, antes dele vencer as eleições, só o fato de ele estar na frente das pesquisas eleitorais, isso geraria uma tremenda fuga de capitais do Brasil, fuga de capitais também representa fuga de dólares, que acarretaria em disparo do dólar, déficit na balança de pagamentos (balança financeira + balança comercial), disparo do risco país, dentre outros efeitos por tabela. Ao se eleger esses efeitos se agravariam ainda mais, devido à total desconfiança dos investidores estrangeiros que tem capitais aplicados aqui. Os investimentos no setor real também cairiam vertiginosamente pelo mesmo motivo. Ao tomar medidas como auditoria da dívida externa, onerar as grandes riquezas e aluguel compulsório dos imóveis inutilizados, a desconfiança e descontentamento dos investidores chegaria a níveis alarmantes, risco país “estourando”, investimentos no setor imobiliário indo para as cucuias, dentre outros efeitos. Enfim, crise generalizada no setor real e financeiro, dólar disparado, desemprego e instabilidade total.

Nesse sentido, o que Plínio (e a esquerda de verdade) propõe não se encaixa com essa lógica de acumulação capitalista que vivenciamos, romper com a estrutura social, política e econômica significa ônus pesado para todos nós, desde a classe A até a classe C e D. Mas a esquerda no poder, no caso, Plínio, se ele realmente pretende fazer todos esses rompimentos, nessa conjuntura o que ele faria é convocar a população para o apoiar, e recomeçar praticamente do zero, construir uma nação mais justa socialmente, juntar os cacos do caos econômico e social e reconstruir a economia em outra lógica, retirando drasticamente os privilégios da burguesia para socializar com as classes menos favorecidas. No primeiro momento então teríamos crise profunda, e em um segundo momento políticas de socialização das riquezas e implantação de uma nova lógica de acumulação e de política econômica e social, e no 3º momento o arranco econômico sob outro prisma. Seria a demolição de uma casa para construção de outra.

O que eu quis dizer com tudo isso? Primeiramente que não basta dizer “Eu acho certo dar calote na dívida”, “É um absurdo a concentração de terras no Brasil” e blá blá blá. Para mudar isso a sociedade terá que comprar uma briga, e comprar uma briga significa arcar também com o ônus do processo. Será que nossa classe média de “esquerda” está disposta a passar por uma crise profunda? Será que essas pessoas tem consciência mesmo do que significa uma ruptura? É necessário saber onde pisamos, socialismo não é Alice no País das Maravilhas! Da mesma forma, para aqueles que encaram Plínio como louco desvairado, lunático, extremista (no sentido pejorativo), saibam que o que ele propõe não é para esse “mundo”, é para outro mundo que ele pretende construir, ou que ele defende.

Nesse sentido, esse texto não é para falar bem ou mal da esquerda e do candidato Plínio Arruda, mas sim mostrar (ou discutir) as implicações de um verdadeiro governo de esquerda no Brasil. Para ambas as partes, para os pseudo-esquerdistas “habitantes” do Reino Encantado, e para os conservadores bitolados que só enxergam o que está diante de seus olhos.

Obs: A todo tempo argumentei partindo do princípio que Plínio Arruda realmente efetuaria todos os rompimentos necessários que ele defende. Não o conheço suficiente para afirmar que realmente o faria, é apenas uma hipótese. E o uso do termo socialismo na figura e no fim do texto não quer dizer que Plínio implantaria um sistema socialista aqui em seu sentido literal, mas sim que o socialismo é bandeira de luta dele, e as mudanças efetuadas iriam de encontro ao grande capital.

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Por que o povo de Feira é tapado?



Porque o povo de Feira de Santana é tão tapado? Fico surpreso com essa cultura (ou falta de cultura) do povo dessa cidade.

Feira de Santana é uma cidade de aproximadamente 700 mil habitantes, que se localiza a 110km da capital (próximo, se comparado com a maioria das outras cidades). É uma cidade que possui uma grande universidade, a UEFS, que atrai estudantes de todo o estado. Feira tem como principal atividade econômica o comércio, que é destaque em todo o estado.

A princípio não existe uma explicação muito clara a respeito da falta (ou baixo nível) de efervessência cultural daqui de Feira, que a meu ver é um caso peculiar. Existem coisas bizarras que ocorrem aqui que me causa espanto. Como uma cidade de 700 mil habitantes não consegue bancar a vinda de uma banda como O Rappa por exemplo? Há uns 3 anos atrás (aproximadamente) houve um show dessa banda aqui, juntamente com uma banda de Axé (não lembro qual), algo totalmente sem sentido uma mistura de tal tipo, mas tive a oportunidade de conversar com o produtor do show e ele alegou que no show anterior de O Rappa aqui houve prejuízo, não houve público o suficiente, daí a mistura com bandas mais comerciais para que haja viabilidade econômica de se trazer bandas desse tipo. Aliás, esse tipo de mistura tem ocorrido de forma frequente com outras bandas também.

Feira não tem uma cultura teatral, poucas peças, e as que tem são mal divulgadas e esvaziadas, sem contar quando atores sentem vergonha alheia com o comportamento por vezes tapado do público. Presenciei um desses momentos na peça "O Cabaré da Raça" do Bando de Teatro Olodum (ótima peça por sinal), quando a platéia dava gargalhadas com a citação de piadas racistas pelos atores. Detalhe, as citações eram puramente de cunho crítico.

Mas o que culminou a minha reação de escrever esse texto, foi o que observei no Festival Feira Noise. O Feira Noise foi um festival de música alternativa, que extrapolou esse caráter também, havendo diversas outras atividades culturais. Um festival muito bem divulgado, trazendo 22 bandas, dentre bandas da cidade e de outras cidades e estados. Um ótimo evento, mas o que observei foi o esvaziamento, o espaço do Teatro Amélio Amorin, que não é grande, ficou longe de ser preenchido, isso no sábado, o dia que fui. No inicio das apresentações estava ainda pior, estava uma vergonha completa, cerca de 20 ou 30 presentes, só depois de muito tempo outras pessoas chegaram e acho que deu para cobrir ao menos os custos do evento. Não sei como foi no domingo, mas com certeza não foi muito diferente, e se bobiar até pior. A grande quantidade de pessoas que chegaram muito tempo depois do inicio das apresentações demonstra também certa indiferença das mesmas com o evento.

O fato é que é complicado se pensar em qualquer evento aqui que seja diferente de Calcinha Preta, Chiclete com Banana, etc. Feira de Santana, pela quantidade de habitantes deveria haver muito mais participaçao nos eventos culturais, assim até estimularia a ocorrência de outros. Mas é impressionante a falta de efervessência cultural dessa cidade.

Não quero entrar no discurso simplório de dizer que o feirense simplesmente é tapado porque é tapado mesmo, deixo isso para as resenhas de mesa de bar. Mas quero lançar a discussão, porque existe esse processo aqui? Será que é o caráter comercial da cidade, que faz com que as pessoas não criem raízes com Feira, sendo que boa parte da população está aqui de passagem? Será que a UEFS não consegue contaminar a cidade com suas pulsões culturais? Ou será até que não existe pulsões culturais suficientes na universidade? Será que Feira "cheira" a trabalho? De tal forma que seus habitantes se tornaram racionais ao ponto de pensarem somente em ganhar dinheiro? Ou será tudo isso junto?

Enfim, está lançada a questão, talvez identificando o "problema" possa-se estabelecer formas de incentivo à cultura aqui em Feira, e quem sabe Tabarópolis (como diria meu grande amigo e ex orientador Ricardo Caffé) um dia se torne um berço cultural?

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Aborto, uma concepção de vida!


Discutir legalização do aborto é algo complicado e polêmico, mas como adoro temas polêmicos, não poderia deixar de lançar minha opinião.

O discurso nesse aspecto tem tomado um caráter totalmente racional, frio, calculista, estão tentando excluir o juízo de valor da discussão sobre aborto, e isso eu acho inútil.

As discussões, sobretudo acadêmicas sobre legalização do aborto estão tratando o assunto como uma questão de saúde pública. Eu até concordo que a saúde pública deve ser pauta da discussão, mas não somente, não existe como excluir o juízo de valor desse tipo de discussão, é no mínimo uma forçação de barra esse discurso, é uma estratégia do pessoal que é favor da legalização, tentando tornar racional o discurso, apresentando dados sobre a mortalidade de mulheres pobres que fazem aborto de forma clandestina. Nesse sentido, o principal argumento desse pessoal é legalizar, para que as mulheres pobres possam fazer aborto de forma segura, já que legal ou não elas fazem do mesmo jeito.

Acontece que esse pensamento é equivocado, a lei tem uma capacidade imensa de transmitir valores para a sociedade. Basta observar o preconceito que a sociedade tem com as drogas ilegais, e a aceitação que tem com as drogas legais, ou seja, as opiniões sobre nossos posicionamentos tem forte influência da lei, do que é formalmente aceito. Nesse sentido, legalizar o aborto terá forte influência na forma pela qual as pessoas concebem o aborto, então as pessoas que são contra jamais concordarão com a legalização, mesmo sabendo que quem quer fazer faz mesmo sendo ilegal.

Não há como separar essa questão do juízo de valor, para quase todas as religiões o aborto é um assassinato, e nada, nenhum dado ou argumento fará esses religiosos aceitarem a legalização, porque seria como legalizar o assassinato. A biologia tenta arcar com a responsabilidade de conceituar a vida do ser humano, então o discurso utilizado é de que existe vida a partir do momento que existe cérebro. Esse é um critério igual a qualquer outro critério, eu posso muito bem dizer que a vida começa a partir do momento que existe coração batendo, ou que existe um zigoto, e eu não estaria menos correto que nenhum cientista. A final, o critério geral sobre a vida é de que existe vida a partir do momento que existe célula, ou seja, o critério sobre a existência de vida humana não está definido a priori, ao menos não do ponto de vista lógico da coisa (como é o caso do critério sobre existência de vida no geral).

Nesse sentido, acho inútil discutir aborto como uma questão de saúde pública apenas, e sendo uma questão que inevitavelmente perpassa sobre questões de valor, de concepção de vida, acho totalmente inútil discutir legalização do aborto. A meu ver o que precisa ser feito é um referendo sobre essa questão, é o mais justo, e representa a vontade da sociedade.

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O advento da distribuição imaterial da música


Que o surgimento do formato MP3, e os posteriores derivados, como WMA, dentre outros, foram (e estão sendo) um marco em relação à produção e distribuição musical, isso todos nós sabemos e estamos cansados de ler e ouvir falar sobre o assunto. O que não sei se a maioria das pessoas pararam para refletir é sobre o que significa isso para a relação do artista com o fã.

O mundo está se tornando cada vez mais prático, rápido, dinâmico, hoje as pessoas não levantam mais para mudar o canal da TV, podem “fazer” uma pizza em um minuto, falar com qualquer pessoa de qualquer lugar a qualquer momento, etc. Dentre essas coisas, elas podem também agora obterem o álbum da banda ou músico que quiserem em 15 ou 20 minutos (ou até 5 a depender da conexão) através do download. As pessoas fazem isso automaticamente, sem notarem a distância que esse processo está estabelecendo entre fãs e artistas.

O álbum é a representação material de uma obra imaterial, nesse sentido ele passa a ser então uma representação simbólica da obra. O processo de desaparecimento da representação simbólica da música, a meu ver, teve inicio com o surgimento dos CDs, pois a partir daí surge a pirataria. O álbum pirata não produz o mesmo efeito simbólico que o original, pois o mesmo não cria uma identidade entre o fã e o artista, não é a produção do artista, é uma cópia vulgar, barata e transgressora, já que é contra a lei. Antes disso, na era dos discos de vinil, existia uma maior identificação do artista com seus fãns, não existia pirataria (não que eu saiba ao menos), as pessoas compravam os álbuns por um preço que não era banal (isso é importante), e assim estabeleciam uma relação mais forte com o artista, o álbum nesse caso seria o mediador dessa relação. O crítico de arte John Ruskin, defendia que a obra de arte é um bem de luxo, portanto não pode ser vendida a um preço banal, isso faz todo o sentido.

O álbum nesse sentido, faz parte do processo de apreciação (ou apreensão) musical, o indivíduo que compra um CD original, ele no primeiro momento olha a capa, depois a contra-capa, tira o encarte, olha as fotos, as letras, todo o trabalho artístico ali presente, além de estar contribuindo e participando oficialmente (estatisticamene) daquela produção. Então existe uma espécie de ritual para apreensão da obra, ele se sente parte do processo. O antigo fã dos Beatles exibia com orgulho sua coleção de discos da banda, era a representação materializada de sua relação com a mesma, da mesma forma que um fã de Shakespeare exibe com orgulho sua coleção de livros do autor. Com essa tecnologia do download, mais do que isso, com a cultura do download e da imaterialidade total da produção musical, fica mais fluida a mediação entre artista e fã, fica mais fluida a identificação entre ambos também, não consigo imaginar um fã exibindo com orgulho sua coleção de arquivos dos Beatles (ou qualquer que seja) em seu computador. Isso não o representa enquanto fã, porque além das obras serem imateriais, a aquisição da mesma foi de graça e extremamente fácil e rápida.

Nesse sentido, a imaterialidade da distribuição das obras musicais, contribuindo para sua banalização, tem efeitos positivos e negativos, positivos porque facilita a distribuição, isso não pode ser negado, mas negativos por tornar mais fluida a representação da obra e o valor que os fãns atribuem à mesma.

Fazendo uma analogia, transformar um álbum em um arquivo de MP3, seria como transformar uma carta de amor em uma conversa por telefone.

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Prostituição do profissional acadêmico


Se prostituir em uma profissão oriunda da academia nada mais é do que simplificar ou reduzir 4 ou 5 anos de estudo a assuntos banais ou vulgares. Geralmente é um processo promovido pela mídia, sobretudo a mídia sensacionalista. As profissões mais banalizadas são: Economista e psicólogo.

A cada 15 dias o Fantástico faz uma reportagem sobre economia doméstica, eles tentam mudar a abordagem, chegando até a colocar os filhos da família para comandarem o processo, mas no fim é sempre aquele mesmo tema massante. Ai sempre no fim da reportagem eles pegam tipo um doutor em economia pela UNICAMP para ensinar à família como economizar nos gastos domésticos. O economista acaba aceitando porque ele quer aparecer na “Plin Plin”, e a produção do programa quer ele lá para dar um ar de cientificidade (quase não consegui digitar essa palavra) na matéria, então fica esse pacto de mediocridade. Realmente existem algumas dicas que são importantes para se economizar nas despesas domésticas, mas 90% da economia não existe necessidade alguma de um terceiro para dar palpite, muito menos de um economista gabaritado. Economizar é simples, o problema é que as pessoas não querem mudar de padrão de vida e esperam que alguém lhe ofereça uma fórmula mágica para economizarem sem ônus nenhum. Quer economizar? Substitua o Nescal pelo Mágico; substitua o OMO pelo Ala; largue de ser preguiçoso e vá comprar pão naquela padaria mais longe que o pão é mais barato; pare de dormir com a TV ligada (o sleep time serve pra isso), é assim que se economiza. Enfim, eu morro de vergonha alheia quando vejo um economista com a calculadora na mão em uma reportagem do Fantástico, tentando inventar algo de novo na economia doméstica. No fundo ele sabe que é uma babaquice, mas ....

Com o psicólogo a sacanagem é ainda maior. Acontece muito dos programas pegarem um caso bizarro, tipo o do goleiro Bruno, e perguntarem a um psicólogo: “O que leva uma pessoa a fazer o que ele fez?” Nesse momento o alarme da vergonha alheia berra! Eu sinto vontade de desligar a TV, mas meu lado sádico me faz continuar ... hehe. O psicólogo sem saber o que falar, diz o que qualquer pessoa leiga fala: “Ele não soube lidar com a fama e o dinheiro” (só que ele fala isso de forma mais rebuscada para parecer menos ridículo). Mas é obvio que ele vai dizer isso! Ele não conhece Bruno, não acompanhou Bruno, não sabe como foi a infância de Bruno, nunca se quer conversou com o cara, querem que ele diga o que? Mas se ele aceitou estar se sujeitando a isso, não pode reclamar.

Outra coisa bizarra é colocar os psicólogos naqueles programas sensacionalistas tipo “Casos de Família”, nesse caso os níveis de vergonha alheia alcançam o clímax, é a verdadeira prostituição do profissional. Eles colocam um tema tipo “Minha filha(o) não quer trabalhar, o que eu faço?” Ai lá está uns 5 casos, filhos(as) e mães relatando seus casos, e claro, um(a) psicólogo(a) para orientar. A vergonha alheia já começa por haver uma pessoa naquele ambiente tentando levar aquilo tudo a sério (é muito cômico), sem falar da forçação de barra que é o psicólogo dando um diagnóstico dos casos ali, na hora, sem ter acompanhado ninguém, sem conhecer ninguém, enfim, mas o mais bizarro é realmente ele tentando transformar toda aquela palhaçada em algo sério.

OBS: A foto procurei no Google Imagens, essa foto é do Blog da Adriana Esteves, por isso tá esse site abaixo da foto, eu não tive saco pra tirar ele no Paint.

É isso, se você lembrou de outra profissão que é banalizada, comente. E se leu, clique em um dos marcadores abaixo ou comente.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

6 coisas que não fazem sentido!



Ai estão 6 coisas que não fazem o menor sentido!

1 – Mulheres que pintam as unhas dos pés para calçar sapato: É um comportamento “inintendível” feminino, as mulheres vão pra uma festa a noite, ai durante o dia fazem as unhas dos pés, para depois irem à festa de sapato. Acho inclusive que isso pode refutar a teoria de que as mulheres se arrumam para as outras mulheres, acho que elas se arrumam para si mesmas, para se sentirem lindas e poderosas. É uma auto-consagração de sua beleza (isso foi forte).

2 – Vice: A existência do vice não faz o menor sentido, seja vice prefeito, vice governador, presidente, enfim ... A única utilidade do vice é assumir o cargo na falta do efetivo. Ou seja, quantos vices existem no Brasil, desde governadores, prefeitos, etc? O fato é que a sociedade gasta tufos de grana pagando esses caras pra absolutamente NADA. É uma questão de fácil resolução, basta, por exemplo, o presidente eleger um de seus ministros o vice, na ausência do presidente ele assumiria. No caso de prefeito, ele escolheria um de seus secretários, e assim também para governador. Até porque com o avanço dos meios de comunicação, pode-se delegar ordens e administrar mesmo a distância, o que reduz ainda mais a necessidade de alguém que substitua o efetivo.

3 – A Cultura do “pegar o resto da amiga”: Mais um comportamento feminino “inintendível”, e se apresenta de 2 formas opostas. Dentre as mulheres existe uma regra implícita em relação a relacionamentos afetivos. Se um cara fica com uma mulher e depois vai atrás da amiga dela, ela não ficará com ele porque segundo as mulheres ela estará pegando “o resto da amiga”. Da mesma forma se acontecer o contrário, se o cara levar um fora de uma mulher, na verdade ele está levando o fora de todas as suas amigas juntas também, pelo mesmo princípio de “não pegar o resto da amiga”. Tem lógica uma porra dessa??? Quer dizer que se o cara fica com uma desconhecida ou leva fora de uma desconhecida, a mulher não estará pegando o resto de ninguém, mas se for amiga é resto ... ai ai viu .... “Me deixe viu Varela!”

4 – Comprovante de depósito: Comprovante de depósito não serve pra porra nenhuma! Eu posso muito bem “depositar” R$ 1000,00 na conta de alguém e colocar o envelope vazio que sairá o comprovante de depósito constando que eu depositei os R$ 1000,00. Ou seja, na verdade o que comprova o depósito é o beneficiário confirmar o recebimento. Nesse sentido, para comprovar basta a pessoa informar ao beneficiário o horário do depósito e o valor, se bater com seu extrato, está confirmado. Então vamos ajudar a salvar nossas árvores, vamos fazer a campanha: DIGA NÃO AO COMPROVANTE DE DEPÓSITO!

“Colé vei, quer me fuder?”
(Maconheiro sobre a campanha)

"Acabar com os comprovantes de depósito é uma de nossas principais bandeiras"
(Marina Silva sobre a campanha)

5 – Papel Higiênico perfumado: É outra coisa que tento entender ... você já colocou desodorante com corpo suado? Fica aquele cheiro forte horroroso de perfume misturado com catinga não é? O mesmo princípio vale para papel higiênico perfumado. Pra que diabos a pessoa quer perfume no rabo? E quem acha que o perfume disfarça o mal cheiro da lixeira, está enganado, porque piora, fica aquele cheiro bizarro de merda perfumada. Portanto, papel higiênico perfumado não faz o menor sentido.

6 – Pedir a Deus depois do fato consumado: É uma mania que as pessoas tem de pedir a Deus ajuda depois que já não tem mais jeito, tipo: O sujeito faz uma prova e pede a Deus pra passar. Porra! Tu quer que Deus faça o que? Que ele faça com que o professor fique tonto na hora da correção e não perceba seus erros? Ou que ele faça uma mágica e mude o que está escrito na prova? É no mínimo uma sacanagem com Deus! Quando uma pessoa pede isso a ele acho que ele sente vontade de rumar um raio na cabeça dessa pessoa.
Portanto, se você quer ajuda de Deus, peça antes do fato estar consumado, para que ele possa te ajudar, no caso da prova, peça ajuda antes de fazer a prova.

Se você também percebeu alguma coisa no mundo que não faz sentido, poste nos comentários, e já sabe, se leu comente ou clique em um dos marcadores abaixo!

sábado, 25 de setembro de 2010

Teoria da Conspiração


Teoria da conspiração nada mais é do que toda teoria que defende que está havendo, vai haver, ou houve alguma conspiração de uma classe, grupo, país, etc, sobre outra coisa ou sobre a humanidade. Exemplo: Jesus Cristo nunca existiu.

As teorias da conspiração se apresentam principalmente sob do formato de documentário, na maioria das vezes bem produzido, intrigante e convincente.

Antes de proseguir gostaria de falar sobre a história. O que é a história? A história é um emaranhado de fatos oriundos de um emaranhado de causas, não é linear, não é contínua. Por exemplo, aprendemos sobre o rompimento com a sociedade feudal de forma datada: "O feudalismo durou até por volta do século XVI", no entanto, resquícios de feudalismo continuaram existindo em algumas regiões até o século XX, e resquícios esses que continuaram por causas particulares. A forma pela qual os historiados tratam a história, é encadeada e seletiva, ou seja, os fatos são encadeados e selecionados em uma linha lógica, para que haja viabilidade metodológica de se estudar algo. É claro que um historiador sério faz isso da forma menos redutora possível. Nesse sentido, se existe algo passível de manipulação é a história.

Ao longo de minha vida tive a oportunidade de assistir alguns documentarios de teoria da conspiração, o principal deles foi o chamado Zeitgeist. Esse documentário é dividido em 3 partes: A 1ª defendendo a teoria de que Jesus Cristo nunca existiu, outra que o 11 de Setembro foi armação norte americana, e a ultima sobre diversas conspirações da história da humanidade. Quando assisti a 1ª parte pensei: "Caralhoooo, Jesus não existiu!!". Um tempo depois um grupo de estudiosos cristãos fez o Zeitgeist Refutado, quando assisti esse pensei: "Bando de fí duma égua esses caras que fizeram o Zeitgeist!!"

Na verdade o que ocorre é que os produtores que constroem esses documentários nada mais são do que "Advogados da História", ou seja, praticam um reducionismo absurdo, selecionam apenas os fatos que são convenientes para o que eles querem provar, encadeiam esses fatos em uma sequência enviesada (convenientemente) e mostram para o público já com tudo "empacotadinho".
O resultado é um monte de gente vendo esses documentários e acreditando na teoria que eles defendem logo de primeira. Acho importante a discussão em torno das teorias da conspiração, mas a forma pela qual eles vêm sendo apresentados é rasteira e bastante tendenciosa, ao menos os que já vi.

Dessa forma, minha dica é: Assistam os documentários de teoria da conspiração, seja sobre ETs, 11 de Setembro, enfim ... mas sempre com um pé e meio atrás, qualquer que seja!

E como de praxe ... se você leu, clique em um dos marcadores ou comente, please!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pessoas Radicais .... Porque?


O que são pessoas radicais? Pessoas radicais são aquelas pessoas extremistas, chatas, bitoladas, inflexíveis ... enfim, mas por que existem pessoas assim?

O radicalismo na verdade nada mais é do que uma válvula de escape para problemas pessoais referentes a frustrações PRINCIPALMENTE. Para constatar isso basta observar o seguinte: Você (sim, você que está lendo) conhece alguma pessoa expansiva, de bem com a vida, tranqüila, que tenha algum posicionamento radical? Eu não conheço!

Mas quando eu falo de frustrações, me refiro de forma bastante natural, e não de forma pejorativa. Acredito que grande parte das pessoas tem ou teve algum tipo de frustração, isso não é coisa de gente fraca, idiota ou invejosa, faz parte da vida, o problema é a forma pela qual as pessoas lidam com essas frustrações.

Existem pessoas que internalizam frustrações, outras externalizam, e a forma pela qual elas externalizam também adquire várias formas, e uma delas é o posicionamento radical em algum campo da vida. Nesse sentido, constantemente vemos pessoas com esse tipo de comportamento lastimável em vários setores.

A pessoa se torna radical porque ela foca demasiadamente em um campo específico, seja política, religião, música, etc. Ela converte quase todo seu tempo e suas energias para pensar e se dedicar a esse campo apenas, e esse é um comportamento típico de fuga, pessoas que querem fugir de si mesmas, fugir de algum problema ou de algo que lhe incomoda em sua vida. Elas focam de forma exacerbada nesse campo específico para preencher um vazio que existe dentro de si.

É nesse sentido que surgem comportamentos extremistas em vários setores da vida, na política por exemplo, vemos militantes de movimento negro “procurando” racismo em tudo e em todos, daí surgem lutas totalmente sem sentido, como excluir o termo “esclarecer” do dicionário, alegando ser um termo racista (se você acha que sou racista por discordar disso, seu caso é sério). Na religião, tem aquelas pessoas que não conseguem conversar em algo que não seja sobre religião (a sua religião, no caso), são pessoas que incomodam, enfiam religião em qualquer assunto.

Em minha vida já tive oportunidade de constatar vários casos, pessoas que adotaram posicionamentos extremistas depois de perder um ente querido; por não aceitarem sua orientação sexual; por não aceitarem sua realidade financeira; por terem problemas de relacionamento social, etc. Como eu havia dito, não passa de uma fuga, de uma válvula de escape.

Escrevi esse texto não no sentido de atacar essas pessoas, mas sim para uma reflexão nesse sentido, talvez reconhecendo ou identificando a origem de comportamentos extremistas, algumas pessoas tentem mudar.

OBS: Algumas pessoas estão tendo dificuldade de entender o caráter de meus textos. Antes de lerem olhem para o título do blog, e verão que não se trata de algo acadêmico ou jornalístico, portanto, não necessita de fundamentação teórica, sempre estou partindo apenas de minhas observações e reflexões, ok?
E para os que tem dificuldade de captar o teor dos textos, esse texto apesar de não ser científico, é um texto sério, diferente do anterior que foi algo mais descontraído.

E se você leu, clique em um dos marcadores abaixo ou comente algo, se não eu nunca vou saber se alguém está lendo, ok?

sábado, 18 de setembro de 2010

A teoria da evolução dos óvulos


Esse é um ensaio, um prelúdio para uma teoria que poderá revolucionar a Biologia.

Durante minhas observações do cotidiano venho observando que existe uma evolução estética feminina à medida que aumenta o número de descendentes desse gênero pelos mesmos progenitores. Traduzindo, as filhas mais novas são mais bonitas que as mais velhas. É intrigante, mas é um fato que ocorre em pelo menos 80% dos casos. Acho que inclusive é um processo que pode ocorrer no caso masculino, mas não sou a pessoa mais indicada pra falar isso.

Observem a seu redor, as filhas mais novas quase sempre são mais bonitas que as mais velhas, e no caso de 3 filhas, existe uma evolução gradativa, é algo impressionante! E ainda nos casos nos quais as mais novas não são mais bonitas, elas também não são mais feias.
Minha teoria é de que existe uma evolução dos óvulos femininos após cada fecundação dos gametas X (espermatozóide) com X (óvulo). Ou seja, cada vez que há esse tipo de fecundação, os próximos óvulos liberados* serão de melhor qualidade, e assim sucessivamente.

Nesse sentido, acho que poderia haver políticas afirmativas do governo para aumentar o número de mulheres bonitas no mundo, o governo poderia oferecer incentivos financeiros para casais que já tem em uma ou mais filhas, terem outra filha através de inseminação artificial, onde pode-se selecionar um gameta X para fecundação. Assim o índice de bem estar social elevaria vertiginosamente, e sem precisar de grandes investimentos.

ATENÇÂO: Crianças, não escrevam isso na prova de biologia!

OBS: Se você leu e pensou: "Que texto machista!" Meu próximo texto será sobre pessoas como você.

Se você leu o texto, marque em algum desses marcadores que estão abaixo, ou escreva um comentário, nem que seja algo do tipo “Oi, eu li”, só para eu ter noção da quantidade de pessoas que estão lendo, ok?

* Palavra modificada depois da contribuição do colega anônimo

sábado, 11 de setembro de 2010

Jeitinho Brasileiro é o Caralho!


Jeitinho brasileiro ... um nome mais confortável para designar práticas desonestas e oportunistas.
Esse não é um texto para relativizar valores culturais, se você acha que todos os valores culturais por si só não estão passíveis de julgamento, nem termine de ler, até porque acho bizarro gente que usa a cultura como carta coringa para justificar qualquer coisa.
Eu não sei quais foram as causalidades do processo de formação dessa cultura aqui nesse país, só sei que me entristece (de verdade) observar nossos valores nesse aspecto. Vivemos em um país onde o batedor de carteira é linchado, mas pessoas que usam o telefone da empresa para fazer ligações particulares são encaradas com a maior naturalidade do mundo.
Certa vez um professor meu disse a seguinte frase: “Lá fora falam que aqui é o país do jeitinho, mas quem disse que o jeitinho não pode ser o caminho para o desenvolvimento?” Acho que todo mundo uma vez na vida já disse uma bobagem, essa foi a vez dele. Para mim, práticas desonestas nunca ajudarão em nada em hipótese alguma, e aqui no Brasil a maneira pela qual a sociedade julga os graus de desonestidade é um absurdo. O indivíduo que faz um assalto, levando R$ 200,00 da vítima, é um marginal, merece cadeia e linchamento. Mas se a empresa em que ele trabalha deposita R$ 200,00 a mais em sua conta por um erro do sistema, ele fica com a grana, não fez nada de mais, inclusive se devolver ainda é chamado de otário.
Os políticos no Brasil são corruptos porque a sociedade é corrupta, as pessoas tendem a separar os políticos da sociedade no geral, parecendo que existe uma sociedade dos políticos. Mas não existe separação, a pessoa que chama um deputado de ladrão, é a mesma que rouba sua empresa, rouba o estado, só que em proporções menores, ela vai até onde seu braço alcança. Nesse sentido, fazer ligações particulares na empresa em que trabalha; não devolver dinheiro que chegou até você de forma equivocada; burlar telefone público para fazer ligações sem cartão; fazer gato de energia diretamente do poste; roubar sinal de TV por assinatura, etc, são práticas tão criminosas quanto bater carteira. Mas para nossa cultura desonesta não, são coisas normais, muitos nem consideram crime. É por causa disso que aqui deputado corrupto vai para o programa do Jô dar entrevista, e de quebra dá uma canjinha para a platéia, enquanto batedor de carteira é um vaga-bundo, marginal, e não merece respeito nem de um cachorro.
Não estou me colocando na posição de “exemplo a ser seguido”, mas ao menos sou uma pessoa que se esforça para se libertar desses valores distorcidos. Às vezes me espanta muito ver pessoas até militantes, que se dizem politizadas, acharem normal cometer delitos contra o estado, pessoas que acham que não devolver um dinheiro do estado que entrou equivocadamente em sua conta é algo normal. Eu não sei pra que porra é que um indivíduo desse ainda faz militância! Essa é a hipocrisia de nossa sociedade, as pessoas adoram apontar para os erros de quem tá lá em cima, mas fazem a mesma coisa cá “em baixo”.
Esse é um grave problema da sociedade brasileira, que é conhecida mundialmente como um povo desonesto, um povo que tem uma tendência forte a burlar regras em benefício próprio. Esse é um dos aspectos que precisa ser mudado em nossa sociedade se ela amanhã quiser estar em um patamar melhor no desenvolvimento social . Não dá para romper com a estrutura se o povo no fundo quer manipular a estrutura a seu favor.