terça-feira, 4 de setembro de 2012

O amor é racional

Em termos de relacionamento a maior lorota ensinada é a de que o amor é uma coisa irracional, que o coração fala uma língua diferente da do cérebro. É esse o discurso utilizado para se tentar justificar paixões que a pessoa muitas vezes tem vergonha de dizer quais os reais motivos.

Se o amor fosse essa coisa totalmente irracional, seria possível uma pessoa se apaixonar por outra mesmo odiando todas as características dessa pessoa. As pessoas se atraem pelas características que tem apreço, e não por uma força inexplicável. O problema é que falta coragem para admitir que um traço considerado ruim lhe atrai.

Preferência é algo subjetivo, mas a partir do momento que a pessoa escolhe parceiros de acordo com determinadas características pré-definidas, a escolha está no campo da razão, e não da emoção. O que pode ter um viés irracional é a preferência, não o amor. Existem muitas mulheres por ai que adoram um canalha, mas para camuflar essa preferência dizem: “Não mandamos em nosso coração!” Lorota!!. Admita que você adora um pilantra. O mesmo vale para homens, alguns não conseguem esquecer aquela que lhe deu vários cornos. Tenha a coragem de explicar porque você gosta dela. Você não ama a pessoa, ama as características dela. Se achar outra “igual” vai amar do mesmo jeito. Acontece que nos atraímos por um conjunto, e não por um traço apenas, é ai que mora a enganação. Precisamos de um mínimo de auto-reflexão para saber explicar porque gostamos de determinada pessoa. E acredite, sempre há explicação. Então não existe essa história de “segui o meu coração”, isso é frase pronta de novela de Manuel Carlos. Sempre seguimos nossa razão!

O leitor pode então citar casos em que pessoas de contextos distintos se apaixonaram, tipo a burguesinha que se casou com um pobre lascado. Isso não muda em nada o raciocínio, nesses casos o que ela dá valor e admira em um homem não tem relação com classe social, e vice versa. E existem também as preferências excêntricas, eu conheço casos estranhos, de gente sentir atração por criminosos por exemplo. Como já havia dito, as preferências podem ter um viés irracional.

Outra frase de bolso que muitos usam é “foi amor à primeira vista”. Amor à primeira vista é aquele que deu certo, o que deu errado a gente toma 5 cervejas e esquece. Quantas vezes nos encantamos com uma pessoa e depois isso não dá em nada? Nesses casos, porque não usamos a mesma frase “foi amor à primeira vista?” Onde está a coerência?

O que falei nesse texto pode parecer meio obvio, mas muita gente acredita nessas conversas fiadas. Vamos aprender a enfiar o dedo em nossas próprias feridas e explicar nossas paixões sem usar o escudo do coração.

Vou aproveitar para parafrasear uma amiga, sua frase cabe bem no contexto: “Até mesmo a loucura está dentro da razão” (Ana Clara Teixeira)

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