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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Estamos realmente na era do Mimimi?

É inegável que a  frescura intelectual existe, e incomoda. Mas existe uma urgência ainda mais forte para se dizer: Isso é menos importante do que a luta contra os variados tipos de discriminação e preconceito. Precisamos ter atenção em nossa hierarquia de prioridades.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Ser vulnerável não lhe torna dono(a) do debate

É muito comum escutar o argumento de que apenas aqueles que estão em situação de vulnerabilidade podem participar dos debates que dizem respeito a essa situação. No entanto, é muito comum a presença de posicionamentos e ações distorcidas e equivocadas por parte desses grupos, sobretudo quando se trata das feministas. É preciso entender que para a construção de um debate robusto, torna-se necessária a presença também daqueles que não são vulneráveis, e até mesmo daqueles que fazem parte do grupo privilegiado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Liberdade sexual

Liberdade sexual é um tema que está em pauta desde que me entendo por gente. Porém, nos últimos anos, com o advento da internet e, por sua vez, dos pensamentos enlatados, o debate se intensificou. O problema é que esse debate tem sido conduzido pelas feministas, que para não perderem o costume, transformaram também esse tema em um maniqueísmo compulsivo.

A discussão é sempre tratada como se o homem tivesse liberdade sexual e a mulher não. Isso nunca foi verdade.

Em outros textos eu mencionei que tudo que é cobrado da mulher é inversamente cobrado do homem. Quando o assunto é liberdade sexual, esse princípio também se aplica.

Liberdade sexual não é SOMENTE o direito de transar à vontade sem ser julgado. É também o direito de não transar sem ser julgado. Ora, todos sabemos que o homem precisa fazer sexo para se firmar como macho. 18 anos e virgem ainda? Coitado, vai precisar esconder isso.

A quantidade de mulheres que o homem já pegou é uma espécie de capital simbólico que ele possui. Não dá para imaginar um homem pegar 10 mulheres bonitas e não dizer isso a ninguém. Acho que ele iria bugar, ou implodir.

Liberdade sexual significa que transar com 10 pessoas ou com nenhuma, não traz nenhum efeito social. Mas isso não acontece nem com o homem nem com a mulher. A diferença é que a cobrança é inversa.

Um homem solteiro não tem a liberdade de recusar uma mulher bonita. Se isso acontecer, existem 2 adjetivos para ele: Viado ou fraco. Ela quis dar e você não comeu? Hiiii .... tem algo estranho ai. Casar virgem? Não conte isso a seus amigos.

Essa cobrança parte somente dos homens? Não! O pegador é muito bem visto pela mulherada. O histórico do cara agrega valor. Se isso não fosse verdade, os homens não teriam nenhum constrangimento de falar para uma mulher que é virgem.

E se a garota resolver “se entregar” (bem novelesco isso) ao namorado e ele disser: “Não estou preparado ainda”? Putz ... some cara, de preferência  do país! Isso foi bem retratado em uma novela da Globo, em que a personagem que fazia papel de virgem (sim, a função dela na novela era ser virgem), resolveu dar para o namorado e ele não quis porque estava perturbado por um problema pessoal. Ela se sentiu altamente constrangida e ofendida. Por quê? Porque o homem tem de estar pronto para comer, sempre. Em uma relação, quem decide a hora de transar é a mulher, porque o homem obviamente está pronto a qualquer momento, certo? O homem é uma máquina de sexo ambulante.

A mulher pode até dar em cima de um cara, mas se ele recusar pelo simples motivo de: “não sinto vontade” (poucos sabem, mas isso é possível também com nós machos), provavelmente ela não olhará nunca mais na cara dele. Mulher rejeitada normalmente se sente bastante constrangida. O homem que rejeitou também.

Quando uma mulher é rejeitada, as explicações que passam pela cabeça dela são as seguintes: “Ele é gay”; “É metido, não fica comigo por questão de status ou dinheiro”; “Deve ser comprometido”; “Eu sou feia para ele”; “Eu sou um lixo, buáááá”; “Ele está com algum problema pessoal”; “Ele é muito travado, precisa se soltar mais”. Já passou pela sua cabeça que existe a possibilidade dele simplesmente não estar a fim? Só quem tem esse direito é mulher?

Falei alguma mentira?

Espero que depois desse texto parem de encarar a questão da liberdade sexual como um sistema em que o homem oprime a mulher. O machismo é uma divisão de papéis de gênero. O homem também não escolhe, a sociedade o obriga a assumir o papel de macho que todos esperam que ele exerça.


Para finalizar, preciso reafirmar o obvio, porque para maus entendedores isso não está implícito no texto. Os comportamentos descritos não refletem o comportamento de 100% da população, ok?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Toda brincadeira tem regras

Liberdade sexual é a palavra de ordem que tem esquentado o movimento feminista. Recentemente tivemos a Marcha das Vadias em vários lugares do país, que teve como algumas das principais reivindicações a liberdade sexual feminina e o direito de andar sem camisa como os homens. É preciso ter em mente que pudor é algo que existe até mesmo para os homens. O que percebo não é uma tentativa de busca pela liberdade no sentido amplo, mas de se igualar aos homens.

Por que o pudor tem sido tão combatido por esses movimentos? Será que é possível uma sociedade sem pudores? O mesmo é necessariamente algo ruim? Já que a busca é por um mundo com total liberdade sexual, vamos descrever como seria esse mundo? Bem ... já que o sexo deveria ser visto como algo tão comum quanto tomar um sorvete, visto que biologicamente não há nada que indique que a prática sexual deve ter regras, viveríamos então em uma sociedade poligâmica, onde as pessoas andariam nuas pelas ruas e fariam sexo com quem desejassem, a hora que desejassem, sem que ninguém olhasse torto. Estou montando um cenário extremo (de propósito), mas não incoerente.

Nesse cenário os pais poderiam estar assistindo TV na sala e sua filha (ou filho) no sofá ao lado transando com o vizinho, e seria algo do cotidiano. O sujeito conheceria uma mulher na fila do banco, a chamaria pra transar, depois dariam um até logo. Isso parece improvável, mas como todas as regras de conduta são culturais, essa sim seria a verdadeira liberdade sexual. Pergunto: Seria mais legal assim?

As pessoas deveriam refletir se querem realmente uma liberdade total, pois pra mim muitas vezes o próprio prazer é estimulado ou potencializado pelas regras de conduta. Ainda bastante jovem, achei o máximo quando vi um peito ao vivo pela primeira vez. Com a mesma animação, toda menina da idade se juntava com as amigas para ver filme pornô escondida dos pais. As vestes servem como elemento para esconder os órgãos do desejo e, ao esconder, excitam, promovem a fantasia e, por que não a magia? Todo o encanto em torno do sexo só é possível porque existem regras sociais que “regulam” sua prática. Às vezes, burlar essas regras é o que há de mais interessante, e isso vale para homens e mulheres. Só existe sedução porque existe pudor, a final, a sedução nada mais é do que convencer alguém a fazer o que ela já quer fazer. As regras não inventaram o sexo, mas reinventaram, criaram toda uma magia e uma fantasia, e a sociedade precisa pensar se quer mesmo viver sem elas. Isso pode parecer machista, pois dizem que o ônus das regras recaem somente sobre as mulheres, o que não é verdade. O machismo também atinge os homens, que são cobrados para possuir virilidade e atitude (iniciativa) sempre. Tudo que é cobrado das mulheres é inversamente cobrado dos homens. É claro que o maior prejuízo recai sobre as mulheres, mas machismo não se trata de uma relação maniqueísta.

Penso que as regras de conduta em relação ao sexo não devem ser radicais, pois o ônus é grande, sobretudo para as mulheres. Mas se elas se tornarem demasiadamente frouxas o encanto pode ser perdido, e com isso parte do prazer. Se duvida disso, pergunte para uma adolescente qual a sensação de sair de casa escondida para transar com o namorado. Depois pergunte se seria melhor se o pai dela a deixasse transar com o namorado no sofá da sala.

A regra só deve mudar quando seu ônus supera o bônus. Guardem seus seios como parte do desejo, é muito mais interessante e provocante. Bob Marley disse: “Se você segue todas as regras acaba perdendo a diversão”. Eu digo: Se você acaba com elas também. Toda brincadeira tem regras. Pular o muro é mais divertido do que derrubá-lo.