quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sociedade do Consumo


Cada vez mais as pessoas desejam coisas diferentes, faz parte do ser humano querer sempre algo que não se tem, ou nunca experimentou na vida. Alguns pensam assim, eu prefiro pensar que nossa cultura nos tornou assim.

Não quero dar uma de monge tibetano, mas eu acho meio esquizofrênico certas taras que as pessoas tem em relação ao consumo. Pra mim o bem estar propiciado pelo consumo é proporcional à utilidade do mesmo, ou seja, consumo aquilo que tem alguma utilidade, e não aquilo que só serve para ostentar.

Muita gente trata com naturalidade certos tipos de aquisições que pra mim é puro luxo, tipo um sujeito que compra um carro (Sedan) de motor 2.2, pra que porra ele quer essa potência? Pra fazer pega nas rodovias? Pra mostrar para a sociedade: “Meu carro é foda e eu tenho grana pra abastecer ele!” Quem souber de outra serventia me diga por favor. Tem gente solteiro também comprando carros imensos, ou casas imensas, pra que uma pessoa que mora só quer uma casa com 3 banheiros? Que tara doida é essa?

Tem aquelas pessoas que gostam de consumir produtos de grife também, ele paga 50% do valor no produto e 50% na marca, para mostrar ao mundo “Eu consumo a marca X, vejam como eu tenho grana pessoal!” Querem fazer uma experiência? Coloca um produto de grife na prateleira e diz para o cliente: “Nós damos 10% de desconto se apagarmos a marca do produto e colocarmos uma etiqueta de uma marca ruim!” Ninguém compra! Qual a designação para uma pessoa que paga R$ 500,00 para escreverem um nome em uma roupa? Quem é o louco aqui? “Ah, mas roupa de grife tem qualidade!” Claro que tem, é obrigação ter, mas em 90% dos casos o preço não é justificado pela qualidade.

Nessa questão o sexo feminino precisa ser ressaltado, as mulheres adoram consumir coisas sem necessidade. Mulher comprando é como usuário de drogas, sempre tem uma desculpa, mas a gente sabe que é vício. “Comprei esse cachecol porque nunca se sabe né, vai que a temperatura cai aqui em Salvador!”

Jogadores de futebol que ganham 300 mil por mês, se ficam um mês sem receber entram no desespero, por quê? Porque arranjam um jeito de comprometer uma renda desse porte. Essa é nossa sociedade fútil, pessoas querem algo para mostrar às outras, e não porque é necessário ou útil ter. Se fomos encarar a realidade, veremos que uma família pequena, que possui uma renda de 6 mil por mês, pode viver folgada e bem, ter uma boa casa, um bom carro, plano de saúde, educação particular e viajar todas as férias, qualquer desejo acima disso é sintoma da esquizofrenia da cultura capitalista do consumo.

Gostou? Compartilhe nas redes sociais, você pode salvar uma alma perdida que está prestes a dar R$ 300,00 em uma calça jeans, irmão.