sábado, 3 de setembro de 2011

Preconceito ... um "mal" de que todos se "armam"!



Todo mundo é um preconceituoso “escroto”, mas ninguém deve ser satanizado por conta disso!

As pessoas costumam muito confundir preconceito com discriminação, tratam como se fosse a mesma coisa. Muitas vezes elas sabem a diferença, mas no cotidiano empregam os termos sem pensar se é adequado, ou não levam isso a rigor.

Preconceito é o pré-julgamento, tirar conclusões de algo a partir de um estereótipo formado ou a partir de uma freqüência observada. Discriminação é seleção, estabelecer escolhas, demarcações ou separações. Portanto são conceitos divergentes e que não necessariamente um implica no outro.

O ser humano tem essa coisa inerente de tirar conclusões a respeito de algo, tomando como base o estereótipo ou a freqüência. Ter preconceito não é tomar atitudes a partir conclusões precipitadas somente, o simples fato de tirar conclusões precipitadas ou suspeitar a partir dessas conclusões constitui preconceito. Por exemplo, ver um cabeleleiro e supor que ele é gay por sua profissão caracteriza preconceito.

Agora imaginem a situação ... você quer contratar um empregado para sua empresa, para o setor administrativo, existem 2 candidatos, ambos com aparente competência para assumir o cargo, um é evangélico e o outro você ficou sabendo que tem amigos criminosos, quem você contrata? Me responda agora se existe alguém na face da Terra que não tem preconceito. “Ah, mas isso não é preconceito!” Não? E é o que então? Julgar uma pessoa tendo como base seus amigos não é preconceito? Isso é um comportamento “natural” do ser humano a meu ver, todo mundo tira conclusões precipitadas tomando como base um estereótipo ou uma freqüência passada de fatos objetivados. Nesse sentido, posso dizer que o problema não está no preconceito em si, mas sim em certas atitudes tomadas tendo como base o preconceito. A meu ver, errado seria por exemplo gerar algum tipo de constrangimento a uma pessoa tendo como base conclusões pré definidas. Mas se você sente medo de alguém a partir de uma determinada informação, isso é algo “normal”, irremediável, não há porque se preocupar com isso, até porque não há porque se preocupar com algo que não tem como mudar.

Dessa forma, minha conclusão é de que o preconceito em si não chega a ser uma “chaga social”, nem algo que deva ser combatido, o que deve ser combatido são determinadas atitudes tomadas com base no preconceito, e principalmente a discriminação, essa sim deve ser combatida. Não existe um real problema em achar que o cara é gay porque é cabeleleiro, o problema de fato é tratar ele diferente por ser cabeleleiro, isso constitui discriminação. É bom esclarecer também que as pessoas tratam como discriminação geralmente as questões mais polêmicas, como racismo e homofobia, mas a discriminação está presente no cotidiano de forma muitas vezes camuflada. Tem gente que diz: “Eu não ando com gente ignorante!”, isso é uma discriminação, mas ninguém para pra refletir a respeito disso, não analisam o termo a fundo, pegam as convenções sociais e reproduzem. Nesse sentido, quando se fala em machismo, homofobia, etc, a questão não se trata só de discriminação, mas também questões valorativas estão inseridas, no sentido de que esses tipos de discriminação devem ser repudiados.

O leitor pode questionar a respeito das pessoas excessivamente preconceituosas, como algo que seria ruim, mas eu diria que o excesso de preconceito é melhor definido com a palavra conservadorismo. No fundo não existe o excessivamente preconceituoso, mas sim o sujeito conservador, que é aquele que tira conclusões extremamente precipitadas tendo como base estereótipos ultrapassados, ou levando em conta valores morais retrógrados e superados. E é claro que também existem os estereótipos bizarros, tipo: Todo político é corrupto, toda mulher é ruim no volante, mas ai o problema não é o preconceito, mas sim o estereótipo.

A perspectiva do texto é estabelecer diferenças entre preconceito e discriminação, e mostrar que algo que é visto por muitos com certa distância, na verdade está em suas entranhas, ou melhor, em sua essência, de modo que jamais poderá se libertar.

Um comentário:

  1. Muito Bem! ótimo site nem parece que é descompromissado, Realmente parabéns!

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