domingo, 10 de fevereiro de 2013

Os trilhos da vida ... ou a vida dos trilhos

Os budistas dizem que o destino é como se fosse o trilho de um trem, e que todos nós temos diversos trilhos em nossas vidas, “pegamos” aquele condizente com as decisões que tomamos ao longo de nossa existência. Ou seja, a vida é como uma viagem de trem, mas existem opções para o “maquinista” mudar de trilho. São nossas decisões. A idéia de trilho deixa também clara a noção de que existe um destino pré-definido em cada um desses trilhos, nossa liberdade de escolha se restringe a qual pegaremos.

Carnaval, nada para um liso como eu fazer, cenário perfeito para reflexões completamente descompromissadas. Baseado no que expus no 1º parágrafo, estive refletindo sobre alguns caminhos que a vida tem me levado e, me perguntando como seria minha vida “no outro trilho”. No meu caso, a vida não deu muitas oportunidades de escolha, eu fui praticamente guiado pelos acontecimentos. Acho que minha vida tem diversos trilhos, mas todos os outros estão fechados. Ao longo de minha existência enxerguei muitos caminhos alternativos, mas todos eles estavam lá só para dizer que existia uma outra vida para mim, mas não poderei acessá-la. Ou seja, eu sempre me senti bastante guiado pela “força” do destino, algumas vezes até de forma impressionante.

Talvez o que eu falei na frase anterior seja verdade, ou talvez eu tenha deixado minha vida no “piloto automático”, como no filme Click. Acho que todos nós temos um trilho principal, o qual seguiremos até o fim caso não façamos nada de diferente. Quando falo diferente, é algo diferente do previsível para nossa personalidade e caráter. Paralelo a esse trilho principal existem os alternativos, que só se abrem caso tomemos decisões surpreendentes. Caso contrário, ficaremos no piloto automático.

Quantas pessoas nesse mundo já foram para um trilho alternativo? Queria deixar claro também que mudar de vida nem sempre é sinônimo de sair do piloto automático, muitas pessoas (por exemplo) nasceram pobres, mas inteligentes, então com certeza o caminho natural será a mudança de vida. Mudança de trilho requer “auto-flagelação”, tomadas de decisões excêntricas para nós mesmos.

Se isso que falo é realmente verdade, eu gostaria muito de saber como seriam meus outros trilhos, minhas outras vidas em diversos outros lugares, em “dimensões” paralelas a essa. Mas como sou um sujeito conservador, acho que continuarei no piloto automático. E você? Está no piloto automático? Já parou para pensar como seria sua vida se lá atrás você não tivesse tomado aquela decisão “previsível”?

Para os que não acreditam em destino, peço para observarem como suas vidas são guiadas como uma espécie de trem, lhe jogando para um lado e para o outro. Como nos sentimos meio impotentes em relação a isso. Verá que às vezes não passamos de fantoches de nós mesmos.

2 comentários:

  1. REFLEXÃO INTERESANTE...É ATRAVÉS DESSAS REFLEXÕES QUE VAMOS GRADUALMENTE ENCONTRANDO A "VERDADE".

    MOACYR LOPES

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  2. Em meios aos desafios que iremos enfrentar, sempre buscamos rotas de fuga de tudo q acontece.parece que é mais fácil fujir, negar o presente crucial dos fatos que afetam seu bem-estar, dai buscamos novos caminhos e trilhas... a liberdade, quando assistida, torna-se uma ideologia fascinante, repleta de desejos e vontades, ai vem aquela ideia de vida anarquista : onde tudo posso e tudo faço, trazendo uma autonomia deturpada juntando com consequências indesejadas. sobre caminhos percorridos, dentro dessa ideologia de desejo, onde a ideia não é ser robôs de algo que nos guie, também pode nos deixar órfãos de sentimentos reais. e como ser órfão com isso tudo que digo? bom, se tudo que fazemos e somos houve influência, como poderia inventar algo pela qual fui formada? entende? sei que paradoxalmente, isso nos remete ao filosofismo da compreensão da existência,mas creio eu, mesmo aqueles que dizem senhores de suas próprias vontades e caminhos, todos acabam no mesmo patamar de decisões.
    Apesar de tudo, sei que somos guiados por algo maior que desejo, sentimento, pensamento. alguns podem negar que não são guiados, pois defendem a ideia de não ser ventrículos da sua história e que o que os movem a percorrer a trilha da vida é justamente o desconhecido, trazendo o sentimento aventureiro e imaginário... Realmente a vida é uma surpresa, mas há roteiro, um autor, e vários personagens. a liberdade de escolha não é fazer apenas o que quer nessa história, mesmo sendo um roteiro livre dada pelo autor,mas a liberdade está em escolher faze o que é certo, o roteiro estará sempre ali, para quando quiser seguir...

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